Marta, Cristiane e Formiga. Os nomes das veteranas jogadoras surgem em evidência quando se pensa em futebol feminino no país. Nesta semana, porém, uma nova geração entra em campo na Copa do Mundo Sub-20 e Brasília terá uma representante de destaque nos gramados da França, sede da competição que reúne 16 delegações e muitas curiosidades. A dona da camisa 10 da Seleção Brasileira é Victória Albuquerque, que terá a missão de comandar o grupo em busca do título inédito. A estreia da equipe amarelinha ocorre nesse domingo (5/8) diante do México, às 8h30, no Estádio du Clos Gastel, em Dinan-Léhon — o jogo será transmitido por Band e SporTV.
A Seleção Brasileira Sub-20 vem embalada pela conquista do campeonato sul-americano, no Equador, em fevereiro. Agora, o time almeja chegar à final do Mundial, marcada para 24 de agosto. “É a maior expectativa que já tive na vida em relação a competições”, diz Victória, 20 anos. Nascida em Ceilândia, ela se destacou no Sul-Americano Sub-15 e seguiu sendo lembrada pela comissão técnica da Seleção até enfrentar o principal desafio da carreira.
“A Copa do Mundo é uma vitrine e muitas oportunidades aparecerão”, prevê a meia do Minas Icesp, time do DF que se sagrou campeão da divisão de acesso do Campeonato Brasileiro, em julho. O título decidido nos pênaltis teve o confronto entre Victória e uma colega da Seleção Sub-20: Tainara, zagueira de 18 anos do Vitória. Ambas tiveram as cobranças defendidas. No caso de Victória, porém, a atleta foi compensada por ter cantado para a goleira da equipe, de quem é irmã, o lado em que Tainara prefere bater. Festa da família Albuquerque e das brasilienses, que venceram o torneio.
Ao menos na Copa do Mundo, as duas terão de enfrentar as mesmas adversárias. Depois do México, o Brasil pega Inglaterra, na quarta-feira (8/8); e a atual campeã mundial sub-20, Coreia do Norte, no dia 12, pelo grupo B. Com títulos em 2006 e 2016, além de um vice-campeonato em 2008, a seleção asiática será a adversária mais desafiadora para o Brasil na primeira fase. Na categoria adulta, porém, a principal façanha da Coreia do Norte é o tricampeonato da Ásia, conquistado em 2001, 2003 e 2008.
Apenas outros dois países venceram o Mundial sub-20, com três títulos cada: Estados Unidos (2002, 2008 e 2012) e Alemanha (em 2004, 2010 e 2014). São exatamente os donos de mais títulos na Copa do Mundo da categoria adulta. Tricampeão, o país norte-americano venceu em 1991, 1999 e 2015, enquanto a equipe europeia é bicampeã mundial, após levar as taças nas edições de 2003 e 2007. Japão e Noruega, outros dois campeões mundiais desde a primeira Copa do Mundo organizada pela Fifa, em 1991, nunca venceram a principal competição para atletas de até 20 anos.
Maior campeão da Copa do Mundo feminina adulta e sub-20, os Estados Unidos é o país que mais emprega jogadoras da Seleção Brasileira principal. Sete atletas do elenco que conquistou o heptacampeonato da Copa América, no início do ano, no Chile, defendem times norte-americanos. Apenas no Orlando Pride, Marta joga ao lado de duas conterrâneas: a lateral Poliana e a zagueira Mônica. Das 22 convocadas por Vadão para a competição sul-americana que rendeu vaga à Copa do Mundo de 2019, também na França, apenas cinco jogam no Brasil.
Na Seleção sub-20, a situação é inversa. Das 21 jogadoras convocadas pelo técnico Doriva Bueno para o Mundial da categoria, duas não atuam no Brasil. Uma delas é a atacante Geyse, do Benfica, de Portugal. A outra é a lateral Thais Reiss, que incorpora o que se mostra como tendência para a base brasileira, pois joga no time da Universidade do Norte da Flórida, nos Estados Unidos. Processo inverso ao da volante Angelina Constantino, que foge ao enredo mais esperado por ter nascido nos Estados Unidos. A jogadora do Santos, porém, veio para o Brasil com cinco anos e começou a treinar no Vasco da Gama, aos 12.
Do elenco sub-20, Victória e Tainara eram as únicas que atuavam na segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Mas tanto o Minas Icesp do DF quanto o Vitória da Bahia, respectivos times das jogadoras, conquistaram vaga para a elite em 2019. O restante das atletas desfalca os clubes na reta final da primeira fase do Brasileirão A1, que está na 12ª rodada. Santos e Flamengo/Marinha, líderes dos respectivos grupos no torneio, contam com três representantes, cada, no Mundial sub-20. Ponte Preta, Iranduba, Sport e Osasco Audax, com duas. Corinthians, Ferroviária e Chapecoense fecham a lista com uma atleta cada.
México x Brasil – domingo (5/8) 8h30
Brasil x Inglaterra – quarta-feira (8/8), às 8h30
Brasil x Coreia do Norte – no outro domingo (12/8), às 8h30
Band e SporTV vão transmitir a competição
Como se não bastasse a intensidade de sentimentos por disputar os primeiros Jogos Olímpicos da…
A brasiliense Nycole Raysla, 21 anos, atacante do Benfica que vinha sendo convocada nos últimos…
Goleira do Minas Brasília, Karen Hipólito é um dos nomes novos a ter oportunidade na…
O Brasil encerrou os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 com a melhor campanha da história no…
Definida pela primeira vez na disputa dos pênaltis, a final olímpica do futebol feminino terminou…
Após ser acordada com a notícia bomba do corte da oposta Tandara dos Jogos Olímpicos…