Lille (França) — O Brasil estreou na Copa do Mundo embalado. Venceu a Jamaica por 3 x 0, com três gols de Cristiane, e parecia ter espantado o fantasma que o assombrava após os resultados ruins na preparação para o mundial. Em meio à festa daquela vitória, porém, Vadão lamentou tantos gols perdidos pelo Brasil, mesmo diante de um placar elástico. “Não nos preocupamos com goleada, mas com as chances desperdiçadas, porque sabemos que no fim da fase de grupos o saldo de gol vai fazer a diferença”, disse o treinador da Seleção Brasileira. E ele estava certo.
A Itália venceu o segundo jogo dela na Copa nesta sexta-feira (14/6), no estádio Auguste-Delaune, em Reims, assumindo a liderança isolada do Grupo C, com 6 pontos. O detalhe é que as italianas não só venceram a partida, como golearam a Jamaica por 5 x 0, ampliando para seis o saldo de gols do time. O resultado garantiu a classificação italiana nas oitavas de final, mas deixou o Brasil em situação delicada.
Isso porque a Austrália enfrenta a estreante Jamaica na última rodada e promete ir com tudo para cima da equipe mais fraca do grupo. O objetivo é ampliar o máximo possível o saldo de gols da equipe, que neste momento da competição está zerado. Em caso de vitória, a seleção da Oceania termina a primeira fase com 6 pontos, disputando o topo da tabela.
Por isso, resta ao Brasil vencer diante da Itália na terça-feira (18/6), em Valenciennes, para chegar aos mesmos 6 pontos. Mas só uma vitória larga possibilita a Seleção passar direto para as oitavas, ou seja, entre os dois primeiros —os quatro melhores terceiros colocados também avançam (veja abaixo como funciona a competição)
Até o momento, a equipe comandada por Vadão está na vice-liderança do Grupo C, com 3 pontos (uma vitória sobre a Jamaica e uma derrota para a Austrália). Mesma pontuação tem a Austrália, mas que ocupa a terceira posição, por ter pior saldo de gol.
As Matildas são as cabeças de chave do grupo, mas as tidas favoritas protagonizaram a primeira zebra da Copa ao perder para a Itália na estreia da competição. No confronto seguinte, no entanto, se recuperaram diante do Brasil, em uma virada heroica, por 3 x 2. O resultado deixou tudo em aberto no grupo.
Times | Pontos | Vitórias | Derrotas | Empates | Saldo de gol | Jogos |
Itália | 6 | 2 | 0 | 0 | 6 | 2 |
Brasil | 3 | 1 | 1 | 0 | 2 | 2 |
Austrália | 3 | 1 | 1 | 0 | 0 | 2 |
Jamaica | 0 | 0 | 2 | 0 | -8 | 2 |
Das quatro equipes de cada grupo, as duas primeiras passam para as oitavas de final. No entanto, quem fica em terceiro lugar também tem a chance de se classificar para a fase mata-mata. Isso acontece porque o quatro melhores times dos seis grupos que ficaram no penúltimo lugar dos mesmo passarão.
Logo, se o Brasil ficar em terceiro lugar do grupo, há chances de passar para as oitavas. O critério de desempate para definir quem serão os quatro melhores que ganharam a chance de avançar na competição começa com o número de pontos ganhos. Neste quesito, o Brasil ainda pode chegar a seis pontos, , ficar com quatro ou permanecer com três.
O segundo critério para definir as posições dos terceiros colocados é o saldo de gols. Depois é analisado o ataque mais positivo, seguido por critério dos cartões e em último caso é feito um sorteio.
A goleada da partida, que garantiu a classificação italiana, foi comandada pela jogadora Cristiana Girelli. A camisa 10 da equipe foi a segunda italiana a marcar um hat-trick em uma Copa do Mundo de futebol feminino. A primeira foi Carolina Morace, que fez três gols na primeira edição do torneio, em 1991.
Girelli, atacante do Juventus FC, abriu o placar para a seleção italiana com um pênalti, que foi cobrado duas vezes. A árbitra mandou voltar a cobrança porque Schneider, goleira jamaicana, estava adiantada. A bola, que não entrou na primeira vez, foi para dentro das redes na segunda.
Ainda no primeiro tempo, Girelli ampliou o placar após um escanteio. Na volta do vestiário, foi ela novamente que marcou para a Itália com menos de um minuto de bola rolando. Os outros dois gols foram marcados pela meia Galli, que fechou o placar com duas finalizações.
Por Maria Eduarda Cardim e Maíra Nunes — Enviadas especiais
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