Árbitras pioneiras se juntam em jogo da Série A do Brasileiro masculino

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Silvia Regina foi a primeira árbitra a apitar na Série A do Campeonato Brasileiro masculino. Em 30 de junho de 2003, ela comandou um quarteto feminino de arbitragem, fato inédito no futebol masculino mundial, no Guarani 0 x 1 São Paulo, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Desde 2005, quando ela apitou Fortaleza x Paysandu, nenhuma outra mulher havia ocupado a mesma função. Neste domingo (26/5), a Silvia será a supervisora do árbitro de vídeo (VAR) na volta de uma mulher como árbitra à elite do futebol brasileiro após 14 anos.

A paranaense Edina Alves é a árbitra principal do confronto entre CSA e Goiás, pela sexta rodada do Brasileiro, às 20h, no estádio Rei Pelé, em Maceió. A arbitragem ainda terá os assistentes Emerson Augusto de Carvalho (CBF-SP) e Neuza Back (CBF-SC). A experiência de trabalhar com o VAR no jogo do Brasileiro será uma prévia do que Edina terá de lidar na Copa do Mundo feminina, da França, para onde viaja nas próximas semanas.

Edina será a árbitra brasileira que trabalhará no Mundial feminino. O trio de arbitragem brasileiro é composto ainda pelas auxiliares Neuza Back, de Santa Catarina, e Tatiane Sacilotti, de São Paulo. Ao todo, a competição disputada por 24 seleções contará com 27 árbitras e 48 bandeirinhas. As escolhidas carregam experiências recentes da Copa do Mundo Feminina Sub-17 e sub-20.

Inez, Edina e Tatiana: trio de arbitragem que representará o Brasil na Copa do Mundo feminina, na França | Divulgação

Em setembro de 2015, a Fifa deu início ao projeto de arbitragem de mulheres voltados para a Copa da França, chamado em inglês de “Road to France 2019”. Desde então, a iniciativa promoveu seminários para especialização técnica, compreensão do futebol, abordagens táticas das equipes nos jogos e capacidade física. A Copa da França será disputada entre 7 de junho e 7 de julho.

A árbitra que abriu portas para atuar nos jogos masculinos

Silvia Regina atuou em mais de mil jogos na carreira como árbitra. Ela apitou em clássicos do futebol nacional e internacional como São Paulo x Corinthians e França x EUA. Também foi a única árbitra brasileira em jogos da Copa Sul-Americana e em Mundiais, como o da China, Rússia e Portugal; além de ter apitado nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, em que foi inclusive pré-selecionada para a final se o Brasil não chegasse à disputa do ouro.

Silvia, no entanto, só teve a primeira oportunidade para apitar um jogo profissional duas décadas depois de trabalhar em partidas amadoras. A chance que abriu as portas para a carreira na arbitragem foi no duelo entre Jabaquara A.C. e Comercial, organizado pela Federação Paulista de Futebol, em 1999. Uma história que começou despretensiosamente.

Acervo Silvia Regina de Oliveira | Museu do Futebol

Aos 16 anos, a filha de um torcedor fanático pela Juventus decidiu fazer um curso de arbitragem da Liga de Futebol de Mauá para conhecer melhor as regras do futebol, em 1980. O objetivo não era se tornar árbitra, mas sim jornalista esportiva. A vida tomou caminho diferente do que ela previa. Dois anos mais tarde, entrava como bandeirinha do primeiro jogo em que trabalhou. Três anos depois, se capacitou para apitar em jogos oficiais da Federação Paulista de Futebol, após terminar o curso da entidade.

O início da carreira de Silvia foi em jogos de futebol de várzea ou entre empresas e sindicatos até assumir jogos oficiais de futebol feminino. Foram necessários 20 anos para conseguir apitar na primeira divisão do Campeonato Paulista e do Brasileiro. De 2001 a 2007, ela integrou o quadro internacional de árbitros da Fifa. Desde a inauguração do Museu do Futebol, em 2008, a pioneira tem uma foto na sala Copas do Mundo do local.

Maíra Nunes

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