A sueca Pia Sundhage mostra estar cada vez mais adaptada à cultura brasileira, sem abrir mão de aliados do país de origem. A técnica da Seleção Brasileira já tocou Gusttavo Lima no violão e se encantou com a canção Anunciação, de Alceu Valença, criando até uma versão em que substitui um dos versos por “jogadas de bola parada”. Ao lado da assistente conterrânea Lilie Persson, também entrou no pagode com as jogadora, no refrão “Dig, dig, dig iê”, do Raça Negra. Neste mês, outro membro ampliou o intercâmbio entre os dois países na comissão técnica.
Nesta terça-feira (1/12), às 21h30, o amistoso contra o Equador, no Estádio Morumbi (SP), será mais uma oportunidade de ver o resultado desse trabalho. O jogo terá transmissão do SporTV. O sueco Anders Johansson, 53 anos, é o mais novo a compor a comissão técnica brasileira, que já conta com as conterrâneas Pia Sundhage e Lilie Persson. Além dos três, a brasileira Beatriz Vaz integra a equipe de auxiliares, somando mais membros do que quando treinou a seleção dos Estados Unidos.
“Agora somos três da Suécia e temos essa coisa de organização, com muita experiência de como analisar os vídeos, monitorar batimento cardíaco e usar o GPS”, comentou Pia. Ela também se mostra aberta a trazer o melhor da cultura brasileira, ao elogiar a equipe com quem trabalha. “Eu sou mais velha, temos jovens, homens, mulheres, suecos e brasileiros… Essa diversidade nos deixa dinâmicos. Essa é uma fórmula que pode nos tornar vitoriosos”, comemora.
Este será o segundo jogo contra a seleção equatoriana, comandada pela brasileira Emily Lima. Na última sexta-feira, a seleção brasileira goleou o Equador, por 6 x 0, após oito meses sem disputar uma partida. Apesar do placar elástico, a treinadora do Brasil reconheceu o trabalho de compactação bem feito pelo Equador, ao menos, enquanto a adversárias conseguiram manter o fôlego. “Quando você olha o primeiro tempo, elas estavam compactas no meio-campo e trabalharam com afinco. Essa é uma das razões pelas quais, no segundo tempo, elas abriram um pouco e cansaram”, avalia a treinadora do Brasil.
Portas abertas às novatas
As jovens estreantes com a amarelinha foram os destaques da vitória, casos das meias Duda e Valéria e da centroavante brasiliense Nycole. “Algumas jogadoras novas do sub-20 que têm a chance de jogar na seleção principal precisam de um tempo para se adaptarem. A gente estará bem preparado e espero que algumas das jovens jogadoras cheguem até as Olimpíadas”, disse Pia. A treinadora segue ressaltando a importância de as brasileiras aumentarem a intensidade e a velocidade do jogo na busca por uma equipe mais coesa. Tudo para conquistar o inédito ouro olímpico à Seleção feminina.
A treinadora ficou satisfeita pela quantidade de gols marcados no primeiro amistoso diante do Equador, mas avalia que a equipe ainda precisa evoluir e buscar o equilíbrio ideal para as vitórias. “Em alguns momentos a velocidade é boa, porque nós temos jogadoras muito velozes, não só a Ludmila, mas jogadoras que tomam decisões rápidas. O fundamental é combinarmos isso, para que possamos jogar com mais posse de bola possível, isso é o equilíbrio”, pontua.
No comando da seleção feminina desde julho de 2019, Pia viu o principal desafio do atual trabalho ser postergado, devido ao adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021. Apesar de afirmar que já estava com o planejamento, incluindo o elenco, bem resolvido para as Olimpíadas de Tóquio, que originalmente estavam marcadas para agosto deste ano, a sueca reforçou que as portas seguem abertas para novidades e que o tempo ganho pelo adiamento é uma oportunidade de melhorar o planejamento e de os profissionais ganharem ainda mais entrosamento.
Onde assistir ao último amistoso da Seleção feminina em 2020
Brasil x Equador
Data: Terça-feira (1/12), às 21h30
Local: Estádio Morumbi (SP) – sem público
Transmissão: SporTV