Mariela Souza de Jesus: “Para o Iges-DF, o fundamental é que a assistência não seja prejudicada”

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À Queima Roupa // Mariela Souza de Jesus, diretora-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)

por Ana Maria Campos

Reportagem do G1 aponta que há muitos problemas no Hospital de Base. Qual é a real situação?
O HBDF é um dos maiores hospitais do Centro-Oeste e tem mais de 60 anos, por isso demanda investimentos em infraestrutura, e o IgesDF tem feito ações pontuais de reformas, com o aporte de parlamentares que investem com emendas, já que o contrato com a Secretaria de Saúde não conta com recursos para investimentos. Pontualmente sobre a situação da cozinha, cabe esclarecer que existe um contrato de prestação de serviço para o fornecimento de alimentação firmado entre o IgesDF e a empresa Salutar, com cláusulas que estipulam as obrigações de ambas as partes. No caso da manutenção da cozinha, a responsabilidade contratual é da empresa Salutar, que foi notificada assim que tivemos conhecimento do cenário atual. Dada a gravidade, e com o apoio do GDF, interditamos os banheiros e vamos elaborar plano de ação conjunto para a reforma de toda a cozinha. Em reunião na manhã de ontem, a Salutar se comprometeu a iniciar a reforma o quanto antes, começando pelos banheiros nesta sexta (hoje). A dedetização, realizada a cada três meses, havia sido feita em dezembro, mas foi antecipada para esta tarde (ontem).

Que providências o Iges-DF está adotando para resolver esses problemas?
Além das notificações, copiadas ao MPDFT, colocamo-nos à disposição para colaborar em todos os sentidos. Para o Igesdf, o fundamental é que a assistência não seja prejudicada, e os pacientes tenham o melhor tratamento possivel. Desde que assinamos o contrato de manutenção, que não existia há anos, e é fundamental para manter um hospital do tamanho do HBDF, estamos realizando melhorias constantes, como as reformas no setor de oftalmologia, no bloco de procedimentos especiais, na ortopedia, em quartos de internação, além da adequação do pronto-socorro. Também é importante ressaltar que aumentamos quadro de pessoal para atender a área assistencial e administrativa do hospital. Ampliamos o horário de atendimento da farmácia e realizamos diversos mutirões para diminuição das filas de exames e procedimentos, como ecografias e cirurgias oftalmológicas. Estimamos que, com o apoio da GDF, a cozinha do Hospital de Base esteja reformada em cerca de 40 dias a partir do início das obras.

O Hospital de Base sempre foi referência em atendimento. Perdeu esse status?
O HBDF continua sendo um hospital de referência e conta com profissionais renomados, especialistas experientes e comprometidos com a saúde pública. Pretendemos reformar todos os andares nos próximos dois anos, e temos tido sinalização de parceria com os parlamentares para realizar esse projeto.

O modelo de gestão do Iges-DF era o caminho anunciado como forma de agilizar compras e contratações porque na saúde não dá para esperar. Esse modelo falhou?
O Igesdf cumpre seu objetivo em dar celeridade aos processos de compras e de contratações. Note-se que desde que assumi a gestão coloquei as contas em dia e não faltaram mais medicamentos ou insumos nas unidades de atendimento: UPAs, HBDF e HRSM. No InfoSaúde contamos com mais do 95% do abastecimento necessário. Em relação às contratações, são feitas rotineiramente e com o grau de critérios para eleger os melhores profissionais.

Como ficou o decreto que determinava a volta de médicos da Secretaria de Saúde para o órgão de origem?
Um grupo de trabalho definido pela Secretaria de Saúde trata do tema, o IgesDF por sua vez abriu processos seletivos para futuras substituições e para que não haja desassistência.

O que representa a maior necessidade no momento para o Hospital de Base neste momento: médicos, enfermeiros, insumos ou equipamentos?
Como informado, atualmente não contamos com recursos para reformas e aquisições. Uma das nossas principais demandas é a substituição do parque tecnológico do HBDF, que é antigo e está obsoleto. Mesmo com a limitação de recursos, emendas têm viabilizado reformas. Um exemplo foi a reforma completa do décimo andar, que atende a pacientes oncológicos. Emendas também foram responsáveis pela aquisição de 34 máquinas de hemodialise e o tomógrafo, ambos sendo instalados para utilização em breve.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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