Maninha: “Não esqueçamos que os apoiadores do governo anterior continuarão tentando aplicar um golpe de Estado”

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À queima-roupa \\ Maria José Maninha (PSol), ex-deputada Maria José Maninha (PSol)

por Ana Maria Campos

Você foi homenageada como ex-deputada do PT na festa de aniversário do partido. Como avalia a mudança do PT na fundação e o partido hoje?
Fiquei muito honrada com a homenagem do PT a seus parlamentares e ex-parlamentares no ato político de 43 anos de fundação desse partido. O PT fez história nesse período como um partido de esquerda e defensor das causas populares. No entanto, houve momentos difíceis nessa trajetória, quando o partido fez alianças com setores da política tradicional, que o prejudicaram. No momento atual, parece que o PT tem feito análises desse histórico e tem procurado alianças mais à esquerda. Espero que ampliemos as alianças no campo democrático, popular e socialista.

Você deixou o PT por discordar da linha do partido. Hoje voltaria à legenda?
Hoje, após 18 anos de fundação do Partido Socialismo e Liberdade, não retornaria à legenda do PT. Vamos continuar construindo nosso partido, que tem ampliado seu espaço institucional na esquerda brasileira. O PSol tem hoje uma bancada parlamentar combativa e atuante, na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, em diversas capitais e grandes cidades brasileiras.

Como avalia a imagem do partido depois de denúncias de corrupção e a volta do Lula à Presidência após a anulação das condenações?
As eleições de 2022 mostraram a vitória da candidatura de Lula a presidente, com o apoio de ampla aliança dos segmentos de esquerda. A  anulação das condenações fez com que o PT e aliados tivessem um resultado importante, vitorioso, o que resultou na derrota de Bolsonaro
e seus aliados.

Por que você não disputou a eleição no ano passado?
Não disputei nenhum cargo nas eleições de 2022 por entender que estava na hora de apoiar os novos candidatos do PSol. Dessa forma, elegemos dois deputados distritais, Fábio Felix e Max Maciel. Foram os mais votados nas eleições para a Câmara Legislativa. Acho que o momento é de mudanças.

Na sua avaliação, qual deve ser o papel do PSol em relação ao governo Lula?
Na minha opinião, o PSol deve ter uma postura de apoio ao governo Lula, porém, de forma crítica, caso seja necessário. Não esqueçamos que os apoiadores do governo anterior continuarão tentando aplicar um golpe de estado, como tentaram em 8 de janeiro de 2023. Assim, o PSol estará na linha de apoio às medidas do governo Lula em favor da classe trabalhadora.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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