A cúpula da igreja e o poder do DF

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Na cerimônia de diplomação na noite de segunda-feira, o presidente do TRE-DF, Roberval Belinati, que é católico atuante, conseguiu reunir políticos e religiosos. Da Igreja, contou com a presença do Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cézar Costa, o Arcebispo Militar do Brasil, Dom Marcony Vinícius Ferreira, e o Frei Rogério Soares, pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, que Belinati frequenta. Da política, recebeu a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que foi acompanhar a diplomação da amiga, Damares Alves (Republicanos), eleita senadora e da vice-governadora eleita Celina Leão (PP). O presidente do TRE-DF estava acompanhado da esposa, Rosângela Belinati, e do filho Roberval José Resende Belinati.

Belinati: “Foi a melhor diplomação do TRE-DF”

Para alguns, a diplomação com tantos discursos polarizados fugiu um pouco do tom da formalidade. Mas o presidente do TRE-DF, Roberval Belinati, adorou. Disse que recebeu muitas mensagens e manifestações parabenizando a iniciativa de abrir os discursos. “Foi a festa da democracia. Gostei muito de ver o público se manifestando a favor de seus candidatos e os políticos defendendo suas posições”, disse Belinati. A solenidade contou com mais de duas mil pessoas. “Foi a melhor festa de diplomação promovida pelo TRE-DF”, acredita.

Bolsonaro, aqui não

Moradores do Jardim Botânico instalaram ontem um outdoor de repúdio pela mudança do presidente Jair Bolsonaro para o condomínio Ville de Montagne. A iniciativa partiu de quem está insatisfeito com a possibilidade de ter o futuro ex-presidente como vizinho a partir de 1º de janeiro. A casa foi alugada pelo PL, partido de Bolsonaro, no loteamento que tem também como morador o ministro de Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. O problema, para alguns, é que a presença de Bolsonaro certamente atrairá uma movimento política e poderá fomentar a polarização de vizinhos. O outdoor foi instalado entre o balão do condomínio Solar de Brasília e o Ville de Montagne, na direção de quem segue para a ponte JK.

Desfilando com carros antigos

Aficcionado por carros antigos, o deputado federal reeleito Túlio Gadelha (Rede-PE) vai usar uma Parati 1997 nesta legislatura. O veículo, apenas 10 anos mais novo que o motorista, pertence a Léo Bijos, integrante do PDT. Os dois são amigos e dividem a mesma paixão por automóveis de outras gerações. Neste mandato, Bijos cedeu para Túlio o seu Corcel 1975.

Difícil esquecer

Em seu último pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados, Paula Belmonte (Cidadania-DF) fez um balanço dos quatro anos de mandato. Ela elencou ações e recursos destinados, mas não perdeu a oportunidade de voltar a falar sobre o imbróglio da federação PSDB-Cidadania. Sem citar o nome de Izalci Lucas, a deputada denunciou novamente as intervenções no diretório e a suposta falsificação de atas de reunião. “O autor desse crime, infelizmente, é um senador da República do PSDB, aqui do Distrito Federal”, disse. Paula contou que foi impedida de sair como candidata a um cargo majoritário. Teve 25 dias para organizar a campanha para deputada distrital e, mesmo assim, acabou sendo a única eleita pela federação no DF em 2022.

À Queima Roupa

Agaciel Maia (PL), futuro secretário de Relações Institucionais do DF

O que acontece se o Distrito Federal perder o Fundo Constitucional do DF?

Como economista e especialista em orçamento público e tendo sido relator geral nos últimos anos do projeto de lei orçamentaria do DF, afirmo que a perda do Fundo Constitucional do DF representaria a falência do GDF e um caos na capital difícil de se imaginar.

O senador Randolfe Rodrigues, ao propor a extinção do Fundo Constitucional, disse que o orçamento do DF é “folgado”, enquanto outras unidades da federação enfrentam dificuldades. Concorda?

Não. Estive presente no plenário e ajudei na aprovação do Fundo Constitucional do DF ocorrido no dia 27/12/2002, há 20 anos. A estrutura organizacional, orçamentária e financeira do GDF é toda montada com o Fundo Constitucional. Esse fundo é o alicerce de toda a estrutura de governo. Não existe folga em nossa lei orçamentária. O Fundo Constitucional é imprescindível para o funcionamento do GDF.

Por que esse tema, volta e meia, aparece?

Por desinformação. A estrutura e complexidade do DF é singular. Começa pelo fato de abrigar mais de uma centena de representações diplomáticas acrescido a constante permanência das altas autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Por isso, a diferença das demais unidades da federação.

Acha que o DF corre risco de perder ou ver o Fundo Constitucional reduzido?

Não. Sempre no início de novas legislaturas e tendo em vista a falta de informação sobre a necessidade do Fundo Constitucional para o DF, os novos parlamentares, ou seja, parlamentares de outros estados, sempre levantam essa tese de extinção ou redução do fundo. Que depois de explicada se dissipa. Portanto, isso não ocorrerá. Os congressistas, quando esclarecidos, tiram essa ideia da cabeça.

Qual vai ser a sua atribuição como secretário de Relações Institucionais do governo Ibaneis?

As atribuições definidas na legislação que são: coordenação das relações institucionais com os demais Poderes do Distrito Federal e com os Poderes da República e dos Governos Estaduais e Municipais; articulação com a Câmara Legislativa do Distrito Federal, inclusive acompanhamento do Processo Legislativo; articulação com os demais entes da Federação, inclusive o Congresso Nacional; relações com a Sociedade Civil; relações com entidades sindicais, categorias profissionais, movimentos sociais e do terceiro setor. Precisamos também buscar recursos para projetos específicos definidos pelo GDF. Já temos vários propostos pela nova equipe de transição para os próximos 4 anos.

Qual é o principal desafio do segundo mandato de Ibaneis?

O principal desafio é continuar aperfeiçoando as políticas públicas em especial a de saúde.

Você teve mais votos que seis deputados que se elegeram. Apostou no partido errado?

Teria sido eleito em outro partido. Mas, a regra é essa. A política também é um jogo. Nem sempre o que faz mais é o que vence.

Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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