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Diplomação no DF ganha ares de embate político

Publicado em Eixo Capital

Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

A abertura do microfone para deputados eleitos quebrou o protocolo da cerimônia de diplomação. Deputado mais votado, Fábio Félix (PSol) fez um discurso contundente contra o governo Bolsonaro. Ele criticou as manifestações dos bolsonaristas em frente ao QG do Exército, o vandalismo no centro de Brasília, mas ressaltou que o campeão de votos para a Câmara Legislativa é um representante dos LGBTQIA . A deputada federal Bia Kicis (PL-DF), que teve mais de 200 mil votos com a bandeira bolsonarista, começou o discurso assim: “Os fascistas do futuro se autodenominam anti-fascistas”. O embate começou quando o presidente do TRE-DF, Roberval Belinati, citou a presença da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Foi um festival de vaias e aplausos, com gritos de “Fora Lula” e “Fora Bolsonaro”.

Grito de guerra
Na festa da diplomação, os deputados distritais tinham uma torcida organizada. Alguns tinham um grito de guerra. Para o mais votado, Fábio Félix (PSol), a deixa foi: “Hey, facista, engula nossa vitória. O LGBT mais votado da história”. Para Pepa (PP), eleito para o primeiro mandato, era assim: “Epa, Epa, Epa…Chegou a vez do Pepa”. O do deputado Daniel Donizet (PL) que se elegeu com mais de 30 mil votos com discurso da defesa dos animais: “Au, au, au, Daniel é animal…” O grito dos aliados de Gabriel Máximo (PT) foi: “É socialista… É radical… é Gabriel deputado distrital”.

PDT em negociações

Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi foi convidado para assumir o Ministério do Trabalho no governo Lula. Mas não topou. A senadora Leila Barros (PDT-DF) esteve cotada para o Ministério do Esporte, mas a pasta deve ficar com o PCdoB. Um dos pedetistas que pode assumir uma função no próximo governo federal é o ex-deputado Joe Valle. Lupi disse que não indicará ninguém. Apenas colocará os quadros pedetistas à disposição.

Apoio do MDB
A executiva regional do MDB decidiu, por maioria, apoiar o nome do deputado distrital eleito Wellington Luiz (MDB) para concorrer à vaga de presidente da Câmara Legislativa. Em nota, o partido do governador Ibaneis Rocha justifica que Wellington “possui melhores condições de apoio em torno do seu nome na legislatura que se inicia”. O partido tem outro candidato na disputa, o deputado Iolando. Mas Wellington tem apoio da maioria dos distritais que vão votar no primeiro dia da próxima legislatura.

Três opções
Em viagem para o exterior, o chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, telefonou ontem de manhã para o presidente do TRE-DF, Roberval Belinati, comunicando que o governador Ibaneis Rocha (MDB) não poderia comparecer à diplomação por ter testado positivo para covid-19. Belinati, então, explicou que, segundo a jurisprudência do TSE, haveria três possibilidades. Ibaneis poderia ser diplomado por procuração na solenidade de ontem; alguém da Justiça Eleitoral poderia ir até a casa dele para o ato oficial; ou seria marcada uma nova data, antes da posse, para a diplomação. A segunda sugestão seria um risco de exposição a quem participasse da medida. Prevaleceu, então, a primeira opção. O advogado eleitoral de Ibaneis, Bruno Rangel, recebeu o diploma. Mais simples.

Visita
O presidente do TRE-DF, Roberval Belinati, disse que, assim que o governador Ibaneis Rocha (MDB) se recuperar, fará uma visita a ele em reconhecimento pela vitória eleitoral, o que seria feito na solenidade de diplomação. Belinati é grato por Ibaneis ter ajudado a encontrar um local para a cerimônia, sem custos para a Justiça Eleitoral, que originalmente seria realizada no auditório do QG do Exército, onde estão acampados bolsonaristas que protestam contra o resultado da disputa presidencial.

Nas redes sociais
Aliados do deputado Leandro Grass (PV), segundo colocado na disputa ao Palácio do Buriti, brincavam ontem nas redes sociais: se Ibaneis não pode ser diplomado, chama o Grass…

Caiu do cavalo
O ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) caiu do cavalo. Literalmente. Foi um tombo que resultou em uma costela quebrada. Pelas redes sociais, ele contou: “Quebrei a sétima costela. Agora é conviver com a dor por algumas semanas e ter paciência. Poderia ser pior. A queda foi feia”.

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