keka 03/07/2022. Crédito: Instagram/Reprodução

DF terá primeira candidata gay ao governo do DF

Publicado em Eixo Capital

Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

Nesta eleição, o DF terá, pela primeira vez, uma candidata assumidamente gay ao governo. A assistente social Keka Bagno, do PSol, é casada há três anos com Mariana Ferreira e vai defender a bandeira LGBT na campanha, assim como outras pautas relacionadas à diversidade. Ela também será a primeira candidata negra na corrida ao Palácio do Buriti. A contar pela adesão à parada LGBTQIA do último domingo em Brasília, o eleitorado é forte. Mais de 100 mil pessoas foram à Esplanada para defender a liberdade de escolhas no amor. Keka diz que tem um relacionamento feliz, apoiado pelas duas famílias, e Mariana é, também, uma colaboradora em seu trabalho político. “Somos um casal como qualquer outro heterossexual. Somos uma dupla, uma família. Importante mostrar nosso exemplo para ajudar a vencer o preconceito que muitos enfrentam”, disse Keka à coluna. A parada reuniu gays e simpatizantes da causa LGBT. Entre os pré-candidatos ao governo, Rafael Parente (PSB) e Leandro Grass (PV) subiram no carro de som.

Abrindo os caminhos
Keka é uma aliada do deputado distrital Fábio Felix, também do PSol, primeiro político a chegar à Câmara Legislativa com o olhar da defesa da causa LGBT. Félix é casado com Leonardo Domiciano. Por mais que o relacionamento entre dois homens ou duas mulheres seja visto com naturalidade hoje, nem todos os candidatos gays abrem a intimidade. O assunto, no entanto, não é mais tabu na política. Para fugir de especulações, por exemplo, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) deu uma entrevista ao jornalista Pedro Bial, no ano passado, em que revelou seu relacionamento com um homem. Foi às vésperas da campanha para as prévias do PSDB. O deputado federal e professor Israel Batista (PSB-DF) também contou, em entrevista ao Correio em outubro passado, sua orientação sexual.

PT-DF vai manter candidatura de Agnelo

O PT vai manter a pré-candidatura do ex-governador Agnelo Queiroz à Câmara dos Deputados. O petista enfrentará uma batalha jurídica, mas está disposto e tem o apoio do partido para concorrer. O problema, como a coluna mostrou domingo, é que o STF, em julgamento virtual, manteve uma súmula do TSE segundo a qual uma pessoa inelegível em decorrência das eleições de 2014 só estará apta a disputar novamente a partir de 5 de outubro de 2022. Como o pleito deste ano ocorre em 2 de outubro, o político estará fora das eleições. “Essa interpretação é absolutamente inconstitucional por violar o princípio da isonomia e por afronta o princípio da razoabilidade”, afirma o vice-presidente do PT-DF, Wilmar Lacerda. “Ao preponderar o atual entendimento da Corte Eleitoral, essa pessoa, na prática, ficará inelegível por 12 anos e não por oito, como manda a lei, o que é absolutamente injusto”, acrescenta.

Descontentamento na campanha de Lula no DF
Há um descontentamento na federação composta pelo PT, PV e PCdoB com a coordenação da campanha de Lula em Brasília, nas mãos do ex-deputado Geraldo Magela. Além das disputas internas no PT-DF, a avaliação é de que ele faz tudo para reduzir a importância de Leandro Grass e de Rosilene Corrêa, pré-candidatos, respectivamente, ao governo e ao Senado. Segundo integrantes da federação, Magela levanta a bola de Rafael Parente (PSB), Keka (PSol) e Pedro Ivo (Rede), que também vão apoiar Lula no DF. Há uma preocupação sobre como será o ato de 12 de outubro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, quando Lula estará em Brasília.

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