Rafael Sampaio: “Os militares continuam ganhando mais do que os civis”

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À Queima-roupa // Rafael Sampaio, presidente do sindicato dos delegados da Polícia Civil do DF (Sindepo-DF)

por Ana Maria Campos

Existe uma polêmica sobre o reajuste das forças de segurança, apontada por associações que representam policiais e bombeiros militares. Você acompanhou as negociações. Há mesmo uma diferença entre o reajuste dos civis e militares?
Houve um alinhamento dos salários líquidos dos civis e militares. Há diferenças por opções dos comandos das forças, para ajustes de distorções que já existiam. Um perito contador fez uma tabela com os líquidos que mostra esse alinhamento.

Policiais civis vão ganhar mais que os militares?
Não. Pelo contrário, os militares continuam ganhando mais do que os civis. Em relação aos delegados e oficiais, por exemplo, um coronel continua ganhando mais que um delegado no fim da carreira, mas são diferenças insignificantes e não vamos fazer confusão por isso. Nos causa estranheza eles fazerem essa confusão ganhando mais. Pedem equiparação, mas ganham mais. Não estão sendo coerentes.

Por que essa polêmica? Acredita que é decorrente do embate eleitoral?
Não tenho dúvida. Você tem militares que participaram da construção e outros que não, todos candidatos. Os que não participaram questionam os números, os que participaram confirmam que há alinhamento salarial líquido entre as forças. Nós achamos lamentável essa confusão. Ninguém ganha com isso.

Esse debate atrasa o reajuste?
O processo está andando. Tenho acompanhado de perto. Até agora essa confusão me parece que está somente no campo das argumentações. Espero que não atrapalhe o processo.

Acredita que o presidente Jair Bolsonaro vai autorizar o reajuste das forças de segurança do DF?
Acredito. O presidente já manifestou que respeita a autonomia do DF. Isso ficou claro em 2020, quando saiu a recomposição de 8%, e cremos que manterá essa posição.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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