O senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF) precisa tomar uma decisão urgente: aceitar ou não o convite do União Brasil para concorrer pelo novo partido, que surgiu com a fusão do DEM e PSL, ao Palácio do Buriti. Há meses, Reguffe amadurece o projeto de candidatura. No Podemos, ele tem total apoio da presidente nacional, Renata Abreu, e de Sergio Moro, que disputará a Presidência da República. Mas teria apenas 17 segundos do tempo de televisão para apresentar suas ideias e propostas. No União Brasil, serão dois minutos no primeiro turno. Reguffe precisa de um palco para prestar contas de seus mandatos. A resposta deve sair até o fim de semana.
Plano A
Escolhido oficialmente presidente do União Brasil no DF, o advogado Manoel Arruda disse, ontem, à coluna que o partido aposta em Reguffe e ele terá protagonismo na próxima eleição. Será candidato ao cargo que quiser, mas o partido aguarda resposta a um convite para concorrer ao governo. “Reguffe é o nosso plano A”, diz Manoel Arruda.
Autonomia total
Para aceitar o convite, Reguffe fez algumas exigências: quer autonomia e liberdade total no DF. Significa que poderá escolher a chapa — com vice, senador e suplentes — além da nominata de deputados distritais e federais. O senador, se for candidato ao governo, deverá apresentar um projeto independente.
Nem Lula nem Bolsonaro
Outra exigência de Reguffe é de que o União Brasil não dará palanque no DF para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Tampouco para a volta de Lula.
Frente de apoio
Nos últimos meses, Reguffe tem mantido conversas com aliados e conselheiros que deverão acompanhá-lo na campanha. Ele intitulou o grupo de “frente ampla pelo DF”. Participam, além de Reguffe, o ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle (PDT), a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF), o advogado Paulo Roque, que concorreu ao Senado em 2018, e Luiz Pitiman, ex-deputado e candidato a governador em 2014.
Novo convite
Para quem pergunta se o União Brasil vai honrar o compromisso com Reguffe, integrantes do grupo dizem que o projeto tem o aval direto do presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE). A afinidade não é de hoje. Em 2017, antes de se aproximar de Jair Bolsonaro, Bivar convidou Reguffe para uma candidatura à Presidência da República pelo Livres, partido que sonhava criar ao lado do filho, Sergio Bivar, com uma bandeira liberal.
Aliado
Durante todo o processo de discussão sobre quem seria o presidente do União Brasil no DF, o ex-deputado Alberto Fraga teve um insistente aliado. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que, como Fraga, estava no DEM até a fusão com o PSL. Mas Caiado foi vencido.
Arruda X Arruda
Fraga deve se filiar ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, comandado no DF pela ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda. Fraga diz que, entre os Arrudas, fica com o autêntico. Referiu-se ao presidente do União Brasil, Manoel Arruda, e ao ex-governador José Roberto Arruda, também filiado ao PL.
Diplomático
Manoel Arruda foi diplomático. Ligou para Fraga e fez o convite para que permanecesse no União Brasil e concorresse por lá a um mandato de deputado federal. Fraga disse que não fica.
Candidata
A coronel da reserva Sheyla Sampaio, única mulher a assumir o comando da Polícia Militar do DF, assinou ficha de filiação no PSD e deve concorrer a um mandato de deputada distrital. Sheyla passou apenas 7 meses no cargo, no primeiro ano do governo de Ibaneis Rocha.