JÉSSICA EUFRÁSIO
A deputada distrital Júlia Lucy — agora, sem partido — divulgou, na noite desta segunda-feira (7/3), a carta com pedido de desfiliação do Novo. Mais cedo, em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, a parlamentar anunciou que deixaria a sigla nessa data. A decisão ocorreu depois que a legenda inviabilizou a candidatura da distrital pela sigla nas eleições deste ano, em 26 de fevereiro.
Na carta, ela afirma que fez “a melhor campanha”, apesar de não ter contado com apoio do partido; que foi a única eleita pela sigla no Distrito Federal; e que “espalhou as ideias e os princípios liberais por todo o DF, em todos os projetos que tramitaram na Câmara Legislativa”. Júlia Lucy comenta que permanecerá na vida política, mas buscará outra legenda. “Permaneço fiel aos princípios que me levaram a estar nesta sigla, apesar de o próprio partido não ter permanecido fiel a eles”, ressaltou.
A parlamentar fala em “deslealdade”, “falta de respeito” e “falta de gratidão” por parte da agremiação, bem como critica a “linha estratégica” da sigla, a qual considera “de difícil compreensão”. “Não é surpresa que, há alguns anos, o partido vem perdendo sua base de filiados. Não apenas houve um distanciamento das propostas originais do partido, mas a forma com que o Novo conduz a política demonstra uma inabilidade clara e, sobretudo, uma falta de cuidado e desconsideração para com as pessoas”, acrescentou.
Nesta segunda-feira (7/3), no CB.Poder, a deputada mencionou que a saída dela provocou “uma debandada” de filiados, inclusive da então presidente da legenda no DF, Luiza Rodrigues. Além disso, comentou que entraria na Justiça contra a decisão, medida que reiterou no documento divulgado.
“A despeito de todo o meu esforço, da minha transparência e fidelidade ao partido, recebi com surpresa a informação da minha inabilitação para concorrer à reeleição pela sigla. Foi com grande pesar que li a nota emitida pelo Novo, nota esta construída com base em falácias. Em momento algum, os argumentos redigidos me foram questionados direta e previamente, pelo contrário (…). Agora, através da Justiça, trataremos essas acusações gravíssimas que me foram feitas”, escreveu.
A distrital não decidiu ainda a qual cargo pretende concorrer no pleito deste ano, uma vez que não definiu o partido ao qual se filiará. A inabilitação da candidatura pelo Novo nas eleições de 2018 foi anunciada pelo diretório nacional da legenda. Em nota, eles fizeram três acusações contra a parlamentar. Confira as justificativas — rebatidas por Júlia Lucy na ocasião:
“1. Atos de desrespeito à instituição, com constantes episódios de insubordinação ao Partido Novo, ferindo um dos principais pilares da governança institucional que separa a gestão partidária dos mandatos, e em completa dissonância dos termos previstos no art. 13, incisos II e IX do Estatuto Partidário;
2. Total ausência de prestação de contas do mandato e das emendas parlamentares, incansavelmente solicitadas, dificultando qualquer possibilidade de auditoria e compliance da destinação de recursos públicos, com profundo descaso para com a atuação do Departamento de Apoio ao Mandatário (DAM), ferindo os termos do art. 13, incisos II e XI do Estatuto Partidário.
3. Durante todo o mandato, teve uma composição anormal e exacerbada da estrutura de gabinete, fazendo uso de um total abusivo de assessores parlamentares, tendo sido advertida pela Comissão de Ética Partidária em 2019. Durante os meses subsequentes utilizou de subterfúgios jurídicos para se enquadrar dentro do Termo de Compromisso, brecha essa que foi corrigida nos termos subsequentes. Apesar de juridicamente embasadas, essas contratações estão muito acima de qualquer outro mandatário do Novo e na contramão dos princípios de economicidade e eficiência, tão caros à instituição.”
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