À Queima Roupa // Deputado federal Laerte Bessa (PL-DF)
por Ana Maria Campos
Você apoiou Ibaneis Rocha e chegou a ser convidado para comandar o gabinete de Segurança Institucional. Como está a sua relação com o governador?
Quando Jofran Frejat, com a eleição ganha aqui no DF, surpreendentemente resolveu abandoná-la, fiquei numa encruzilhada. Pois eu não poderia apoiar o deputado Fraga, da nossa coligação, porque ele era uma “persona non grata” na minha instituição, a Polícia Civil. Então, resolvi apoiar Ibaneis, mesmo porque tínhamos combinado anteriormente com Frejat, de ele ser o seu vice. Cheguei a ser convidado a assumir o GSI que acabou não sendo criado e assim, excluído de seu governo. Mas minha relação com ele continua cordial e de muito respeito.
Qual é a sua avaliação sobre o governo dele?
O governador Ibaneis surpreendeu o mundo político pelo fato de ser “calouro” na vida pública. Conseguiu colocar Brasília nos trilhos em alguns pontos, até porque o governador anterior dormia muito… Sonhava delírios e acordava muito tarde… esquecendo-se de que era governador do DF. Destaco como principal ponto positivo do atual governo, o investimento em obras. Já na segurança pública, faltam policiais e, também falta habilidade do diretor-geral da Polícia Civil em comandar e liderar os agentes. A Polícia Civil deve atuar em investigações criminais e não em plantões. Deve-se investir na valorização do profissional, com a nomeação de novos policiais, criação de plano de saúde justo, conforme aprovado recentemente no Congresso… e não essa desvalorização, como é esse “serviço voluntário”. Isso é um absurdo!
Você apoia o movimento da Polícia Civil do DF pela paridade com a PF?
Claro que sim. As Polícias Civil e Federal são coirmãs. Nasceram juntas, possuem o mesmo estatuto e são organizadas e mantidas pela União. No ano de 2000, quando eu ainda era diretor da PCDF, a Gratificação de Operações Especiais (GOE) nos tornou a polícia mais bem paga do país e a melhor polícia da América Latina. Isso inclusive nos motivou a lutar pela equiparação da Polícia Federal conosco. Mas infelizmente hoje não há essa reciprocidade. Sobre isso, o governador Ibaneis deve dar total atenção, pois foi sua promessa de campanha.
Seu partido tem outro delegado disputando os votos da Polícia Civil, Rafael Sampaio. Você pretende concorrer a um novo mandato de deputado federal?
Acredito que eu já tenha contribuído muito com a segurança pública, tanto como policial, quanto como parlamentar. Na minha gestão (1998 – 2006), a PCDF era considerada a melhor polícia do Brasil. Nosso concurso era o mais disputado. Nosso Instituto de Identificação era referência e sempre éramos procurados em grandes ocorrências, inclusive por polícias de fora do país. Garantimos os melhores equipamentos e salários. Na época, perdíamos apenas para o Canadá em elucidação de casos. Como deputado, fui o único de Brasília a ser presidente da Comissão de Segurança. Fui o relator da PEC da redução da Maioridade Penal que não é só um desejo da maioria dos brasileiros, mas sim, necessidade. Basta conversar com policiais, que lidam diuturnamente com a criminalidade. Hoje, infelizmente a PEC está parada no Senado. Finalizo meu “mandato tampão” em março deste ano e desejo sucesso à amiga ministra Flávia Arruda, dona do mandato, e ao colega delegado Rafael Sampaio, que será o novo representante da categoria.
Vai apoiar a reeleição do presidente Bolsonaro?
Sem dúvida. Ele é honesto, do meu partido e o candidato mais alinhado com os interesses da população. Não podemos permitir a volta do PT em nosso país.