Sérgio Moro precisa de alianças para concorrer ao Planalto

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A candidatura de Sérgio Moro à Presidência da República está lançada. Mas muitos detalhes ainda precisam ser ajustados. Pelo Podemos, o ex-juiz da Operação Lava-Jato tem total apoio, mas o partido, com apenas 11 deputados federais, tem cerca de 30 segundos de tempo de televisão para expor seu programa de governo e ainda se defender dos ataques — que serão muitos. Moro precisa de alianças. O principal alvo é o União Brasil, que turbinaria a candidatura, mas Moro precisa demonstrar viabilidade para convencer um partido com interesses tão diversos. Para começar, precisa definir quem será o vice ou a vice.

Marketing de Bolsonaro

Na disputa pela OAB-DF, o advogado Guilherme Campelo contratou o marqueteiro Lucas Salles. No primeiro turno das eleições de 2018, o profissional de comunicação trabalhou na campanha de Jair Bolsonaro. Em parceria com o jornalista Gabriel Castro, ele escreveu o livro Imprevisível — como Bolsonaro chegou lá.

Mérito pessoal
A advogada Renata Amaral, candidata à presidência da OAB-DF, tem trabalhado para desmentir a versão: a de que seria sócia de um grande escritório. Ela é a única líder de chapa que não tem um sobrenome famoso no mundo da advocacia. Diz que dirige um carro ano 2012 e mora de aluguel. No escritório Sveiter, onde trabalha, tem participação acionária “minoritaríssima”.

Alerta de bomba
Candidato a conselheiro federal da OAB-DF, Juliano Costa Couto distribuiu um vídeo em que alerta para bombardeios esperados na última semana de campanha da entidade. Ele tem sido alvo de ataques porque é o principal cabo eleitoral de Thaís Riedel, líder da chapa dos verdes.

4 contra 1
Não é fácil a vida de quem concorre pela chapa da situação. A chapa de Délio Lins e Silva Júnior tem sofrido críticas dos quatro adversários de oposição. É do jogo, mas não é mole, não.

Culpa do coronavírus
Delio Lins e Silva Júnior, aliás, adotou um discurso que os governantes na disputa pela reeleição devem usar em 2022: a pandemia impediu a conclusão dos projetos.

Candidato
Braço direito de Sérgio Moro no projeto eleitoral, o ex-ministro da Secretaria de Governo general Santos Cruz também deve disputar eleição. Possivelmente no DF.

“Daniela Teixeira ou uma pamonha na OAB-DF?”
A conselheira federal da OAB Daniela Teixeira exerceu vários cargos na Ordem e já desejou disputar a presidência. Foi do grupo dos verdes, antes liderado pelo governador Ibaneis Rocha, e depois se aliou ao atual presidente da OAB-DF, Délio Lins e Silva Júnior. Nesta eleição, ela não está concorrendo a nada. Em vídeo nas redes, Daniela se despede: “Quando eu entrei na OAB, aquilo era um clubinho de homem, branco, velho e rico. Eu olhei para aquilo ali e não me adaptava. E eu pensei naquele dia: ‘eu vou mudar a OAB’. Eu passei 12 anos na OAB. Eu sou a única em Brasília. Ganhei 4 eleições. Nos últimos 12 anos, eu trabalhei e pensei na OAB todos os dias. A minha casa era só a OAB. E há um tempo para tudo debaixo do céu. E agora é o tempo de eu sair da OAB. Eu estou deixando a OAB”. A advogada que sempre foi combativa encerra a gravação com uma frase enigmática: “Vocês sabem o quanto apanhei, mas não foi em vão. Melhor como Daniela Teixeira do que uma pamonha na OAB”.

A pergunta que não quer calar….
Se Geraldo Alckmin for vice na chapa de Lula, o eleitorado deve esquecer o passado?

Mandou bem
Gilberto Gil foi eleito como imortal para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras. O autor de músicas como Drão, A Paz, Se eu quiser falar com Deus, Realce, Palco e muitas outras é o segundo negro a ter uma vaga na ABL atualmente.

Mandou mal
A vacinação insuficiente contra covid-19 é considerada a principal causa do aumento de casos da doença na Alemanha. O país vive a nona onda da pandemia e registra, recentemente, mais de 50 mil infectados por dia, maior número na Europa.

Enquanto isso… Na sala de Justiça
Polêmico o debate sobre as cotas raciais na eleição da OAB-DF. Pelas regras da entidade, a chapa deve ter pelo menos 30% de negros ou pardos. A chapa liderada pelo candidato à reeleição, Délio Lins e Silva Júnior, questionou o registro de candidatos da chapa de Thaís Riedel que se autodeclararam negros ou pardos porque não tinham essa aparência. Alguns candidatos questionados gravaram vídeos para mostrar a história com fatos de parentes negros e imagens da infância. A comissão eleitoral da OAB-DF arquivou a impugnação por falta de provas. A dúvida abre um debate sobre como lidar com esse assunto porque pode ocorrer em várias esferas e órgãos. Interessante que tenha ocorrido na OAB.

Só papos

“Não pregue para fora, Rafael. Cuide de verdade da Polícia Civil, pois de promessas a segurança pública está cansada. Faça! Politicagem na Polícia só ajuda a bandidagem”
Deputado Luis Miranda (União Brasil-DF)

“Apenas expus o sentimento na PCDF de que equipamentos, em que pesem ser importantes, não suprem a valorização pessoal de quem faz a instituição. Há uma promessa de campanha de recomposição que não foi satisfeita e não vou deixar de expô-la para agradar A ou B”
Delegado Rafael Sampaio, assessor da Secretaria de Governo da Presidência da República

“Lamentável a decisão do Superior Tribunal de Justiça que suspendeu a liminar que liberava o voto de inadimplentes nas eleições do sistema OAB. Ora, falamos de um período de pandemia em que tudo se tornou novo e diferente para todos, principalmente para a advocacia. Não há jurisprudência que justifique essa posição que tanto enfraquece a democracia.”
Evandro Pertence, candidato à presidência da OAB-DF

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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