rodrigo_pacheco_eixo 25/08/2021. Crédito: Marcos Brandão/Agência Senado

O jogo de Kassab para a terceira via

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Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), entra nesta quarta-feira (27/10) no PSD, em solenidade no Memorial JK para ser guindado à posição de candidato ao Palácio do Planalto. A estratégia de Gilberto Kassab, que comanda o PSD, é, no mínimo, fazer o partido marcar uma posição nas eleições presidenciais. A partir da filiação de Pacheco, a estrutura do PSD nacional e de vários diretórios estaduais ficará focada no candidato. Se o mineiro não chegar ao segundo turno, certamente o apoio dele a um dos candidatos será decisivo. AÍ, sim, Kassab e Pacheco poderão escolher — e, provavelmente, se a disputa ficar entre Jair Bolsonaro e Lula, o voto irá para o petista. Em um ano, no entanto, a terceira via pode ganhar força e chegar à reta final.

Hora de buscar outros partidos
Kassab agora vai buscar partidos que não querem fechar com os extremos, Jair Bolsonaro e Lula. Nessa frente, estão abertas possibilidades no União Brasil e no Podemos, principalmente.

Trunfos
Rodrigo Pacheco chegará à campanha presidencial com trunfos fortes. O PSD tem a Presidência do Congresso e a segunda maior bancada no Senado até fevereiro de 2023.

Bancada do PSD quer candidatura própria
Entre aliados de Lula, há uma articulação para que Rodrigo Pacheco recue da disposição de concorrer à Presidência da República e se alie à chapa petista como vice. Seria uma chapa com uma pegada mineira, como foram as duas que levaram Lula ao Planalto, ao lado de José Alencar. Mas o momento, agora, é outro. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, aposta na formação de bancadas fortes nos estados e, para isso, precisa atender a vários interesses regionais. A bancada atual do PSD teria dificuldades em aceitar uma aliança com Lula no primeiro turno. À exceção de alguns deputados do Nordeste e do Norte, a maioria da bancada tem um perfil de centro ou centro-direita.

Reais anfitriões
Presidente do PSD-DF e integrante da família JK, o empresário Paulo Octávio não quer ofuscar a direção do partido em Minas, que são os reais anfitriões no Memorial JK, ao lado de Gilberto Kassab na festa de filiação de Rodrigo Pacheco.

Hora de abrir o perfil…
Agora, pré-candidato à Presidência, Rodrigo Pacheco precisa tomar uma providência urgente. Liberar seu perfil no Twitter, hoje, com acessos apenas autorizados. Pacheco dispõe de 73.305 seguidores. Está bem abaixo de Sérgio Moro, por exemplo, que tem 3,3 milhões. Lula tem 2,8 milhões, e Bolsonaro, 7 milhões. João Doria conta com 1,5 milhão, e Eduardo Leite, 199 mil. O último post de Pacheco foi há cinco dias, quando anunciou decisão de mudar de partido: “Comunico que, nesta data, tomei a decisão de me filiar ao PSD, a convite de seu presidente, Gilberto Kassab. Agradeço aos filiados, colegas e amigos do Democratas de Minas Gerais e de todo o país o período de convivência partidária saudável e respeitosa”. Precisa se comunicar mais.

Evento partidário
O governador Ibaneis Rocha (MDB) foi convidado, mas não irá ao evento de filiação de Pacheco ao PSD. Amigo do senador mineiro desde a época em que ambos eram do Conselho Federal da OAB, Ibaneis diz que tem compromissos na agenda. Mas é certo que sua presença despertaria múltiplas interpretações de apoio, quando essa decisão não está tomada.

Filippelli estuda concorrer à Câmara Legislativa

O ex-deputado federal Tadeu Filippelli tem conversado com correligionários sobre a possibilidade de concorrer em 2022 a uma vaga de deputado distrital. O assunto foi tratado com os deputados Rafael Prudente e Hermeto, além do ex-deputado Wellington Luiz. Filippelli ajudaria a ampliar os votos para eleger uma bancada maior do MDB. Ele foi um distrital de oposição atuante entre 1995 e 1998, no governo de Cristovam Buarque.

Quem desiste?
Na disputa ao GDF, o deputado distrital Leandro Grass (Rede) participou do lançamento da pré-candidatura de Rafael Parente (PSB). Um gesto de união, mas quem vai ceder?

A frase

“Que fique registrado para a história: a atual legislatura esvaziou a Lei de Improbidade Administrativa, e o atual presidente da República sancionou isso sem veto.”
Wellington Saraiva, procurador regional da República

 

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