Mário Jorge Lobo Zagallo deixa o planeta bola, aos 92 anos (1931-2024), sem jamais ter sido derrotado em um jogo na capital do país pela maior paixão da vida dele: a Seleção Brasileira. Foram muitas idas e vindas a Brasília como técnico da Amarelinha, como costumava chamar o manto pentacampeão mundial. Das cinco estrelas bordadas no escudo da CBF, o alagoano ajudou diretamente a bordar quatro.
Em 21 de abril de 1974, Zagallo veio a Brasília enfrentar o Haiti antes da Copa do Mundo da Alemanha. A Seleção goleou a seleção da América Central por 4 x 0 com gols de Paulo Cezar Caju, Rivellino, Marinho Chagas e Edu no aniversário de 14 anos da cidade. O velho Mané Garrincha havia sido reinaugurado um mês antes, na vitória do Corinthians contra o Ceub, por 2 x 1, e o estádio no Eixo Monumental ainda se chamava Governador Hélio Prates da Silveira.
Vinte e dois anos depois, Zagallo retornou ao Distrito Federal para comandar a Seleção Olímpica em um amistoso contra a Bulgária. Fominha, o Velho Lobo acumulava os cargos de técnico da principal rumo à Copa de 1998 e da Sub-23 para os Jogos de Atlanta-1996. O atacante Sávio marcou os dois gols da vitória contra a seleção do Leste Europeu, no Mané Garrincha.
A exibição mais inesquecível do Brasil sob o comando de Zagallo, em Brasília, foi em 2 de abril de 1997. A Seleção goleou o Chile por 4 x 0 com uma exibição de gala da dupla de ataque formada por Romário e Ronaldo. Cada um deles fez dois gols no velho Mané Garrincha.
Zagallo comandou a Seleção pela última vez, em Brasília, na vitória por 3 x 0 contra o País de Gales, novamente no velho Mané Garrincha. Era 11 de novembro de 1997. Zinho, Rivaldo e Rodrigo Fabri decidiram a partida antes da convocação para a Copa das Confederações.
O Velho Lobo retornou a Brasília como coordenador-técnico de Carlos Alberto Parreira em um recital da Seleção contra o Chile nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2006. O Brasil goleou por 5 x 0 com três gols de Adriano, um de Juan e outro de Robinho. Foi a última aparição de Zagallo na capital fazendo o que amava: comandar a Amarelinha.
O único tetracampeão do mundo desfilou pelo Distrito Federal com o caneco na volta para casa como jogador, em 1962 e 1970, e coordenador-técnico, em 1994. Só não passou pela cidade em 1958 porque Brasília estava em construção e a capital do país ainda era o Rio de Janeiro.
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