Ele não é midiático como César Sampaio, Cléber Xavier ou Matheus Brachi, assistentes de Tite na passagem pelo Flamengo; nem é tão badalado como Emiliano Díaz, auxiliar do pai, Ramón, no Corinthians. Braço direito do técnico Filipe Luís desde que o ex-lateral-esquerdo assumiu a prancheta rubro-negra, o espanhol Iván Palanca é uma das peças-chave no retrospecto de seis vitórias, um empate e uma derrota no cargo.
A final da Copa do Brasil pode consolidar uma parceria recente entre Filipe Luís e Iván Palanca. Os dois conquistaram juntos o Mundial Sub-20 e o Campeonato Carioca Sub-17 nas fusões de base do Flamengo. Agora, ambos têm a chance de brindar o clube mais popular do país com o penta na competição nacional no duelo de volta contra o Atlético-MG, às 16h, na Arena MRV, em Belo Horizonte. O time carioca venceu a primeira partida por 3 x 1 no Maracanã e pode até perder por um gol para conquistar o quinto título.
Iván Palanco era meia na adolescência. Lesão no joelho fez com que ele abandonasse o desejo de se tornar jogador profissional. Em 2009, uma guinada na carreira o levou ao Japão para virar dietor técnico da academia do Barcelona em Fukuoka. Quatro anos depois debutou no papel de técnico do Ratchaburi na Tailândia.
A filosofia de trabalho de Iván Palanco chamou a atenção do experiente técnico espanhol Miguel Ángel Lotina. Ele o convidou e o incorporou à comissão técnica na função de assistente. Os dois trabalharam juntos no Cerezo Osaka, no Shimizu S-Pulse e no Vissel Kobe.
A justificativa para Miguel Ángel Lotina procurar Iván Palanco diz muito sobre a procura de Filipe Luís por ele na transição de lateral-esquerdo para técnico. “Os métodos de treinamento mudaram muito. Hoje, a forma de treinar já começa em como vai ser a sua filosofia de jogo e o plano de jogo do dia seguinte. Na nossa época não era assim. Apareceu o perfil do treinador que tem os treinos bem planejados e tive a sorte de encontrar um senhor catalão que havia trabalhado na Fundação Cruyff como Iván Palanco, que dominava aquilo que eu sentia, mas que não sabia transmitir. A maneira de jogar hoje não tem nada a ver com a de 20 anos atrás”, afirmou em 2022 ao Mundo Deportivo.
A diferença de idade entre Lotina e Palanco era de 23 anos. Palanco é cinco anos mais velho do que Palanco. “Se eu tiver que destacar algo da minha pessoa, diria que sou responsável, trabalhador e bastante curioso. Gosto de saber o porquê das coisas para obter respostas que me ajudem a melhorar pessoal e profissionalmente. Como treinador, eu sou um pouco como pessoa, alguém curioso que tenta se manter em um aprendizado contínuo para estar preparado para os possíveis desafios que possam surgir”, disse quando trabalhava em parceria com Lotina.
Iván Palanco também explicou a filosofia de trabalho. “Pelas influências que tive ao longo da minha formação, tenho especial sensibilidade pelo futebol ofensivo, aquele que busca ser protagonista com a bola, mas a experiência que tive até agora me levou a entender que não devo ser fundamentalista de nada. Muito poucos clubes podem contratar um treinador e dar-lhe uma equipe sob medida, especialmente no primeiro ano, então no final acho que você tem que se adaptar o máximo possível ao contexto e escolher um estilo de jogo que melhore as qualidades dos jogadores que você tem”, prega.
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