A vitória do Flamengo por 3 x 2 contra o Santos na despedida do time rumo a Guayaquil, para a final da Libertadores, serviu para alguma coisa, sim. Ao contrário do ano passado, o time carioca parte rumo ao Equador com alternativas para o duelo com o Athletico-PR. Se não der para minar o sistema defensivo do adversário pelo meio, como o time das copas costuma fazer, Dorival Júnior pode abrir mão de um dos centroavantes — Pedro ou Gabriel Barbosa — para apostar em Éverton Cebolinha, Marinho e Ayrton Lucas, por exemplo. O elenco sortido serve para isso.
Tudo vai depender da resistência do Athletico-PR e da forma como o rival agredirá o Flamengo no Estádio Monumental. Luiz Felipe Scolari pode organizar o Furacão com linhas baixas à espera do contra-ataque ou agir como o Palmeiras na decisão do ano passado, ou seja, entrar em campo disposto a marcar rapidamente o primeiro gol par assumir as rédeas. O Flamengo sofreu com isso tanto na decisão de 2019 contra o River Plate como na anterior diante do Palmeiras.
Renato Gaúcho alcançou a final do ano passado com um time titular desquilibrado fisicamente e clinicamente e apenas uma alternativa para mudar o jogo: Michael. Dorival Júnior desfruta de um time menos desgastado e mais opções para mudar o curso da partida. Nomes como Vidal, Marinho, Éverton Cebolinha, Ayrton Lucas e o volante Pulgar estão aptos a influenciar a final.
Quanto ao jogo, a arbitragem foi uma vergonha. Matheuzinho cometeu pênalti em Camacho. O juiz inacreditavelmente achou que não, deu sequência ao lance e flertou com o perigo. Pedro balançou a rede de letra depois de um cruzamento do próprio Matheuzinho. Em vez de anular o gol de Pedro, consultar o VAR e assinalar pênalti para o Santos, o apito deixou o jogo seguir.
Impossível afirmar que a correção do lance daria a vitória ao Santos, mas condicionou a partida. O time paulista resistia até aquele instante, principalmente graças a uma belíssima atuação do goleiro João Paulo no primeiro tempo. O Flamengo se impôs desde o primeiro tempo com seus times mistos, mudou muito no decorrer do confronto, mas manteve o bom nível da partida.
O Flamengo disputou 19 partidas, um turno do Campeonato Brasileiro, com o time reserva ou misto e conquistou 40 pontos. O retrospecto é muito convincente. Mais do que isso: fortaleceu nomes para Dorival Júnior deixar o time rubro-negro convicto de que terá peças capazes de mudar o jogo no sábado contra o Athletico-PR.
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