Há oito meses, entrevistava o então técnico da Seleção Brasileira Sub-23 Alexandre Gallo em um hotel aqui de Brasília. A última pergunta do bate-papo foi: quem é a maior pedra no caminho da inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016? Ele nem parou para pensar. “A Alemanha é a grande adversária, com um trabalho forte na base que conta com o apoio institucional do governo. São bons jogadores, técnicos e fortes taticamente”, elogiou. Alexandre Gallo não é mais o comandante da esquadra olímpica, mas 50% da profecia está cumprida e o sucessor dele, Dunga, que se cuide. A Alemanha se classificou nesta terça-feira para as semifinais da Eurocopa Sub-21. Consequentemente, conquistou uma das quatro vagas do continente para os Jogos Olímpicos de 2016. É o fim de um jejum de 28 anos. A Alemanha não disputava o torneio olímpico de futebol desde Seul-1988. Ainda existia o Muro de Berlim. Sabe quem eliminou a Alemanha Ocidental nas semifinais? O Brasil do goleiro Taffarel e do centroavante Romário. O Baixinho fez o gol de empate no tempo normal. E Taffarel começou a ficar famoso por defender cobranças de pênalti. Uma delas na cobrança do jovem Jürgen Klinsmann. Uma exibição épica no Estádio Olímpico de Seul. O Brasil decidiu a medalha de ouro contra a União Soviética e perdeu por 2 x 1. A Alemanha decidiu o bronze com a Itália, goleou por 3 x 0 e sumiu dos Jogos Olímpicos. Não conseguiu vaga para as edições de 1992, 1996, 2000, 2004, 2008 e 2012 e está de retorna forte em 2016. Se convocar três jogadores acima dos 23 anos então, nem se fala. Gallo tinha razão…