52482667203_c849624f69_c Nenê puxa o Trem Bala da Colina de volta para a Série A. Foto: Daniel Ramalho/Vasco Nenê puxa o Trem Bala da Colina de volta para a Série A. Foto: Daniel Ramalho/Vasco

Vasco faz de tudo para ficar na Série B, sobe sem querer querendo e torcida põe clube no devido lugar

Publicado em Esporte

O Vasco se comportou até o último minuto da confirmação da volta para a primeira divisão como gigante da elite que insistia em ficar mais um pouquinho na Série B. O comportamento da diretoria na campanha — e do time na vitória que se desenhava fácil graças à trapalhada da defesa do Ituano e ao pênalti muito bem cobrado pelo experiente meia Nenê deixaram quem mais lutou pela ascensão do clube em agonia até o apito final de Wilton Pereira Sampaio.

 

O importante para a quarta maior torcida do país foi subir e alegrar o maior ídolo e ex-presidente do clube. Roberto Dinamite deixou o hospital depois de uma sessão de quimioterapia contra o câncer. Depois de receber alta hospitalar, desembarcou em casa celebrando o acesso. Enquanto isso, o técnico Jorginho profetizava na entrevista coletiva: “O Vasco não cai mais”.

 

O Gigante da Colina fez um esforço danado para continuar apequenado na segunda divisão. O time teve cinco técnicos diferentes: Zé Ricardo, o interino Emílio Faro, Maurício Souza, novamente Emílio Faro e Jorginho. Só a energia de uma torcida cansa de tanto sofrer explica o milagre. Quer outra prova do esforço para ficar na Série B? O Vasco tinha nove pontos de folga no Z-4. Consumiu toda a gordura e atraiu a dramaticidade testemunhada neste domingo. A maior prova de incompetência foi dada na derrota de virada, em casa, para o Sampaio Corrêa.

 

Para sorte do Vasco, a torcida, o maior patrimônio do clube, não desiste nunca. Nem mesmo cinco participações na segunda divisão em 2009, 2014, 2016. 2021 e 2022 foram capazes de abalar o menos fanático dos cruzmaltinos. A invasão ao estádio Novelli Junior, em Itu (SP), transformou o caldeirão do adversário paulista em um puxadinho de São Januário.

 

Um time de futebol pode não ter craques, mas jamais pode faltar alma. O sangue do Vasco corre nas veias dos meninos da base. Figueiredo se comportou como um veterano. Acelerou o jogo, mas também usou de malandragem para desacelerá-lo no instante em que o Ituano colocava as asas de fora com um jogador a menos. O garoto Andrey Santos também recebeu cartão vermelho, porém o menino tem um crédito danado na praça. Fez sete gols na Série B.

 

Outras crias de São Januário, como Gabriel Pec, ajudaram enquanto tinham pernas. Marlon Gomes também colaborou muito na vitória contra o Ituano. O tio Nenê pediu a bola e cumpriu a promessa de devolver o clube ao seu devido lugar na temporada de 2023.

 

Turbinado pela 777 Partners, o Vasco precisa se comportar daqui em diante como o gigante que sempre foi. É necessário causar impacto no mercado, assustar, intimidar, mostrar o cartão de visitas aos concorrentes. A começar pelos rivais Botafogo, Flamengo e Fluminense no Carioca. Á previsão da SAF é de um orçamento de R$ 190 milhões na formação de um Expresso da Vitória.

 

Sendo muito sincero, duvido muito que os parceiros do Vasco usem o time da Série B como base para a próxima temporada. O elenco deu para o gasto na Série B, mas não tem a mínima condição de sustenta-lo na elite em 2023. Alguns jogadores têm qualidade para ser titular entre os medalhões que certamente desembarcarão em breve no clube. Outros irão para o banco de reservas. A maioria ganhará um tapinha nas costas e passará no RH para assinar a rescisão.

 

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