Era 2001. Estudante de jornalismo nos últimos semestres do curso, procurava por um estágio. Queria em uma editoria de esportes, mas soube de uma vaga na Radio CBN Brasília. Um dos chefes, ou o chefe da sucursal, não me recordo, era Paulo Julio Clement. Ele gostou do meu teste. Foi com a minha cara.
Depois da seleção, caminhei com ele do estúdio até o Shopping Pátio Brasil. No trajeto, contei que também estava em um processo de seleção para estagiar no caderno Torcida, do Jornal de Brasília. “Por mim, você fica nos dois, mas veja o que é melhor para você”. A bolsa da CBN era maior, mas não foi possível ficar nos dois. E olha que amo rádio. Porém, eu precisaria que um dia tivesse 36 horas.
Agradeci ao PJ. E o PJ virou meu amigo. Lembro como se fosse hoje. Em 2005, no papel de assessor de imprensa do Ronaldo, abriu as portas para que eu fizesse a única entrevista exclusiva da minha carreira com o Fenômeno antes da goleada do Brasil por 5 x 0 sobre o Chile no velho Mane Garrincha, nas Eliminatórias para a Copa de 2006.
Quando comentava jogos em Brasília, principalmente de clubes do DF, trocávamos figurinha inbox no face. PJ virou um dos leitores de carteirinha do meu blog no Correio Braziliense, o Drible de Corpo. Sempre que via na timeline dele, curtia, compartilhava, comentava. E o melhor: cornetava. A última curtida do PJ foi em um post justamente sobre a final que ele comentaria em Medellín. Eu lembrava que dois ex-técnicos do Gama — Cuca e Caio Júnior — poderiam ser campeões brasileiro e da Sul-Americana. Curtia demais ser seu amigo, PJ. Valeu por tudo. Descanse em paz.