Vadão amargou fracasso no maior título da história do Brasiliense e conquistou taça com a Seleção feminina no novo Mané Garrincha

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Oswaldo Alvarez morreu nesta segunda-feira vítima de câncer. Lembrado pelo Carrossel Caipira, como ficou conhcecido o sistema tático do Mogi Mirim no início dos anos 1990, por ter lançado Kaká no time profissional do São Paulo e comandado a Seleção Brasileira feminina em duas Copas e no Jogos Olímpicos do Rio-2016, o paulista de Monte Azul tem ligação com o maior título da história do Brasiliense e foi campeão no novo Mané Garrincha à frente da Seleção feminina contra os Estados Unidos no Torneio Internacional de 2014.

Vadão era o comandante do Bahia na partida que deu ao time do Distrito Federal o título da Série B do Campeonato Brasileiro. A fase final da segunda divisão era disputada no sistema de quadrangular final. Os dois melhores subiam para a elite. Naquele ano, os candidatos eram Avaí, Bahia, Brasiliense e Fortaleza. O Brasiliense virou calo na chuteira de Vadão.

Sob o comando de Edinho Nazareth, o Brasiliense estreou no quadrangular final vencendo o Bahia por 2 x 1, na Boca do Jacaré. Começava ali a arrancada para o acesso à Série A. Na sequência, o time do DF perdeu para o Fortaleza e Avaí, mas derrotou os mesmos adversários em casa no segundo turno. Promovido à elite por antecipação depois de vencer o Fortaleza por 1 x 0, o Brasiliense partiu rumo a Salvador com a missão de conquistar o título naquele 11 de dezembro de 2004. Enquanto isso, o Bahia brigava indiretamente com Fortaleza e Avaí pela vaga restante. Vitória sobre o Brasiliense seria suficiente.

No entnto, o jogo foi duro na velha Fonte Nova. Movido pelo bicho sempre atraente oferecido pelo presidente Luiz Estevão, os jogadores do Brasiliense comeram a bola para colocar a taça no troféu e um bom dinheiro no bolso antes das festas do fim de ano.

Vadão propôs um jogo aberto na Fonte Nova. E assim foi. A partida terminou com cinco gols. O Bahia abriu o placar com William, mas Wellington Dias empatou. Mesmo sob pressão, o Brasiliense virou o placar na segunda etapa com um gol do meia Fabrício. Igor empatou para o tricolor. Aos 33 minutos, o zagueiro Jairo decretou o placar final, garantiu o título inédito do Brasiliense e calou 37.528 pagantes que esperavam ver o Bahia de volta à elite. O Brasiliense deixou a cidade como campeão da Série B e Vadão a,argava o fracasso.

O Brasiliense frustrou um técnico que acumulava títulos. Vadão assumiu o Bahia com títulos relevantes no currículo. Havia levado o São Paulo ao título da Copa Rio-São Paulo em 2001, quando lançou Kaká no time profissional e viu o meia marcar um dos gols do título. Levou o XV de Piracicaba ao título da Série C em 1995. Foi um dos mentores do título do Athletico-PR na no Estadual de 2000. A expectativa pelo sucesso do Bahia transformou-se em silêncio.

Enquanto o Brasiliense recebia a taça e festejava o título no gramado da Fonte Nova antes de desfilar pelas ruas da capital no returno ao Distrito Federal, a diretoria do Bahia demitia Vadão. O treinador assumiu a Ponte Preta e continuou ganhando títulos. Ganhou a Supercopa do Japão em 2005 pelo Verdy Tokyo, o Campeonato Catarinense em 2013 à frente do Criciúma e seis conquistas com a Seleção Brasileira feminina como o bicampeonato da Copa América (2014 e 2018), o Pan de Toronto-2015 e duas edições do Torneio Internacional de Futebol Feminino organizada no Mané Garrincha, em 2014 e 2015.

Na edição disputada em Brasília, goleou a Argentina por 4 x 0, passou pelos Estados Unidos por 3 x 2, atropelou a China por 4 x 1 e empatou por 0 x 0 com as norte-americanas na decisão. Como fez a melhor campanha da primeira fase, as meninas lideradas por Vadão festejaram o título da competição no gramado do Mané Garrincha.

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Marcos Paulo Lima

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