Pela primeira vez, em 20 anos, um uruguaio é consagrado Rei da América. Considerado o prêmio individual mais importante do continente, a estatueta oferecida desde 1986 pelo tradicional jornal El País vai ser entregue ao meia Calos Sánchez, de 31 anos, herói do River Plate neste ano na conquista da Copa Libertadores da América. No total, 426 jornalistas do mundo inteiro formaram o colégio eleitoral. Carlos Sánchez recebeu 182 votos e superou o argentino Carlitos Tévez, do Boca Juniors, que recebeu 61. O equatoriano Miller Bolaños completa o pódio com 23. Sánchez sucede o colombiano Teo Gutiérrez, vencedor em 2014. Na categoria técnico, Jorge Sampaoli — que levou o Chile ao título inédito da Copa América — desbancou o compatriota Marcelo Gallardo, campeão da Libertadores pelo River Plate.
Com a conquista de Carlos Sánchez, o Uruguai encerra um jejum de 20 anos. O meia Francescoli havia sido o último jogador do país eleito Rei da América. Alzamendi (1986) e Ruben Paz (1988) também estão na galeria dos vencedores do prêmio. Carlos Sánchez conquistou três títulos pelo River Plate em 2015: a Libertadores, a Recopa Sul-Americana e a Copa Suruga. Sánchez fez 10 gols em toneios internacionais e balançou a rede em quatro das cinco decisões disputadas pelo River Plate na temporada. Pelo Uruguai, foram 12 exibições entre amistosos, Copa América e Eliminatórias para o Mundial da Rússia-2018.
O primeiro jogador em atividade no Brasil que aparece no ranking dos Reis da América é o centroavante peruano Paolo Guerrero. Muito mais por ter sido o artilheiro da Copa América do que pela produtividade vestindo as camisas do Corinthians e do Flamengo. Outra prova do quanto o Brasil está em baixa no continente é a seleção ideal do ano. Pelo segundo ano consecutivo não há nenhum jogador daqui entre os 11. Até certo ponto compreensível. O Brasil chegou no máximo às semifinais da Libertadores, com o Internacional e não passou das quartas na Copa Sul-Americana. Na Copa América, a Seleção não foi além das quartas e caiu diante do Paraguai nas quartas de final. O volante Elias, com 40 votos, foi o brasileiro que esteve mais próximo de figurar no onze ideal das Américas.
A última vez que um brasileiro foi eleito Rei da América foi em 2013, quando Ronaldinho Gaúcho levou o Atlético-MG ao título da Libertadores. Em 2011 e em 2012, Neymar havia conquistado o prêmio. Antes deles, Bebeto (1989), Raí (1992), Cafu (1994) e Romário (2000).
Entre os treinadores, uma barbada. Protagonista do primeiro título da história da seleção do Chile, Jorge Sampaoli desbancou Marcelo Gallardo (River Plate) e Gustavo Quinteros (Equador). Sampaoli desbancou a Argentina de Messi & Cia. no Estádio Nacional de Santiago, na finalíssima da Copa América. Campeão brasileiro à frente do Corinthians, Tite recebeu apenas dois votos e terminou em oitavo, atrás, ainda, de Óscar Tabárez, Gerardo Pelusso, Rodolfo Arruabarrena e de Francisco Arce. O Brasil não conquista o prêmio de melhor treinador desde Luiz Felipe Scolari (2002).
RESUMO DO PRÊMIO REI DA AMÉRICA
Melhor jogador: Carlos Sánchez (Uruguai)
Melhor treinador: Jorge Sampaoli (Chile)
Seleção Ideal da América (3-4-3)
Barovero (Argentina)
Mercado (Argentina), Maidana (Argentina) e Funes Mori (Argentina)
Carlos Sánchez (Uruguai), Arévalo Ríos (Uruguai), Kraneviter (Argentina) e Seijas (Venezuela)
Carlitos Tévez (Argentina), Gustavo Bou (Argentina) e Bolaños (Equador)
MELHORES JOGADORES DO CONTINENTE
1986 Antonio Alzamendi
1987 Carlos Valderrama
1988 Ruben Paz
1989 Bebeto
1990 Raúl Vicente Amarilla
1991 Oscar Ruggeri
1992 Rai
1993 Carlos Valderrama
1994 Cafu
1995 Enzo Francescoli
1996 José Luis Chilavert
1997 Marcelo Salas
1998 Martín Palermo
1999 Javier Saviola
2000 Romario De Souza
2001 Juan Román Riquelme
2002 José Saturnino Cardozo
2003 Carlos Tevez
2004 Carlos Tevez
2005 Carlos Tevez
2006 Matías Fernández
2007 Salvador Cabañas
2008 Juan Sebastián Veron
2009 Juan Sebastián Veron
2010 Andrés D’Alessandro
2011 Neymar
2012 Neymar
2013 Ronaldinho
2014 Teófilo Gutierrez
2015 Carlos Sánchez