O brasiliense Washington Stecanela Cerqueira terá um dia de fortes emoções nesta quarta-feira. Às 12h, o Coração Valente assumirá o cargo de deputado federal no Congresso Nacional na vaga deixada pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O titular se licenciou para assumir a coordenação da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro e a mesa diretora da Câmara convocou o suplente para concluir os últimos três meses de mandato. Às 21h45, Washington ficará dividido entre dois amores na semifinal da Copa Sul-Americana: Atlético-PR, clube pelo qual se tornou o maior artilheiro de uma única edição do Brasileirão em 2004, com 34 gols; e Fluminense, time em que foi goleador da Série A em 2008 com 21 gols e conquistou o único título nacional da carreira na edição de 2010.
Em um bate-papo com o blog na manhã desta quarta-feira, o ex-jogador falou sobre a agenda agitada. “Rapaz, é um dia especial, mesmo. Vou tomar posse às 12h aqui na Câmara. A minha vida deu uma reviravolta de uma hora para outra. Estava morando em Aracaju, tocando um projeto social voltado para crianças e analisando propostas para voltar a trabalhar como técnico em 2019. Aí, o telefone tocou avisando que eu tinha que assumir o mandato de deputado federal (risos). Foi tudo muito rápido, mas farei o meu melhor nesses três meses”.
Washington assumirá o gabinete número 828. Questionado se é mais fácil montar um time ou cumprir um mandato em três meses, ele brincou: “As duas coisas são muito complicadas, é pouco tempo”, diz, com a experiência de ter sido técnico do Vitória da Conquista e do Itabaiana nesta temporada. Na política, foi eleito vereador em 2012, no município de Caxias do Sul. Na época, foi o mais votado e assumiu a secretaria de Esporte e Lazer da cidade gaúcha e veio ao Congresso Nacional em busca de apoio para a construção de um ginásio.
O Coração Valente é filiado ao PDT, de Ciro Gomes, mas o partido fez parte da coligação de Onyx Lorenzoni (DEM-RS) — homem de confiança de Jair Bolsonaro — nas eleições de 2014. “Estamos conversando para alinhar as ações nesses três meses”, disse Washington, com uma revelação. “Eu nasci em Brasília, passei várias vezes pela Esplanada, mas nunca imaginei ser deputado um dia. Quando entre para a política, sim, mas os planos para 2019 eram outros”, admite o parlamentar de 43 anos.
Fora do Congresso Nacional, Washington continua dividido entre várias paixões. Ponte Preta, São Paulo e, principalmente, Atlético-PR e Fluminense, adversários nas semifinais da Copa Sul-Americana. “Estou muito dividido nesse jogo. Pela primeira vez, vou ficar no muro. Eu vesti a camisa dos dois e fui ídolo. Além disso, é vaga para decidir um título internacional”, avisa.
Em 2004, Washington quase levou o Atlético-PR ao bicampeonato brasileiro. Fez 34 gols na campanha em que o Furacão só terminou atrás do campeão Santos. Faturou a Bola de Prata da revista Placar como melhor atacante e artilheiro e a Chuteira de Ouro como goleador do ano. Pelo Fluminense, faturou o Campeonato Brasileiro de 2010, foi vice da Libertadores em 2008 e artilheiro da Série A com o uniforme tricolor.
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