Carlo Ancelotti O versátil Raphinha e Carlo Ancelotti: conversa para ajustar o posicionamento. Foto: @rafaelribeirorio / CBF Raphinha e Carlo Ancelotti: conversa para ajustar o posicionamento. Foto: @rafaelribeirorio / CBF

Troca de chip: 9 técnicos influenciam os titulares de Carlo Ancelotti

Publicado em Esporte

É fácil colocar o dedo em riste e dizer na teoria que um jogador deve ser utilizado na Seleção do mesmo jeito que atua no clube. Na prática, o discurso é outro. Carlo Ancelotti encara um imenso desafio na transição de experiente e vitorioso técnico de time para o de calouro em uma seleção: mudar hábitos em um curto período para adaptar os convocados ao que ele pensa. Parece fácil, não é? Só que não.

 

A provável formação inicial desta quinta-feira contra o Chile, às 21h30, no Maracanã, pela penúltima rodada das Eliminatórias para a Copa de 2026, tem 11 jogadores influenciados por nove técnicos diferentes.

 

É necessário trocar o chip tático para o plano de jogo não bugar. O italiano teve três dias para fazer isso em meio a uma adaptação pessoal ao outro lado da Data Fifa. Antes, ele cedia jogadores de ponta do Real Madrid às seleções. Agora, os recebe de diversos times cheios de cacoetes incorporados dos treinadores de clubes.

 

O goleiro Alisson é homem de confiança do técnico holandês Arne Slot no Liverpool. Conquistou o título da Premier League na temporada passada depois de vários anos sob a batuta do comandante alemão Jürgen Klopp e se adapta às ideias de Carlo Ancelotti. A saída de bola é uma com Slot e outra na construção de jogo do italiano.

 

Os laterais sofrem influências diferentes. Wesley se transferiu recentemente do Flamengo, de Filipe Luís, para a Roma. O time da capital italiana é comandado por Gian Piero Gasperini. O treinador vem utilizando a cria rubro-negra como ala em um sistema 3-4-2-1. A equipe rubro-negra carioca atua com linha de quatro defensores. Há diferença entre jogar em uma linha de quatro defensores no Brasil e no Flamengo; e de três zagueiros, a Roma.

 

Douglas Santos é capitão do Zenit, configurado no 4-2-3-1 ou no 3-5-2 pelo russo Sergey Semak. Quando a opção é por linha de três ou de cinco na defesa a opção é por Gorshkov, Vega ou até mesmo Pedro na ala-esquerda.

 

A dupla de zaga é instruída por dois dos melhores treinadores do mundo. Cada um pensa a marcação e o posicionamento defensivo de uma forma. Marquinhos, o dono da braçadeira do Paris Saint-Germain e da Seleção, comanda a defesa do espanhol Luis Henrique. O parceiro dele, Gabriel Magalhães, atua às ordens de Mikel Arteta. O Arsenal eliminou o Real Madrid de Carlo Ancelotti na última edição da Champions League.

 

 

Os influenciadores do par de volantes são diferentes. O português Ruben Amorim lidera o experiente Casemiro no Manchester United em um sistema 3-4-1-2. Eddie Howe é quem posiciona Bruno Guimarães w faz linha de três no meio de campo no 4-3-3 do Newcastle.

 

Dois dos quatro integrantes do quarteto ofensivo viraram xodós de Enzo Maresca. O técnico campeão da Copa do Mundo de Clubes da Fifa recebeu Estêvão e João Pedro, em julho. O centroavante fez três gols na campanha do título inédito do Chelsea nos Estados Unidos, mas faz outra função no Chelsea. Contra o Fulham e o West Ham, jogou na função de Cole Palmer na linha de três meias, atrás de Delap. Diante do Crystal Palace, foi centroavante.

 

Raphinha voa baixo no Barcelona do alemão Hansi Flick como ponta direita, esquerda ou centralizado nos papéis de meia ou até de falso 9. A versatilidade o coloca entre um dos indicados ao prêmio Bola de Ouro da revista France Football.  Gabriel Martinelli ocupa a extrema esquerda no Arsenal, mas também domina a ala-esquerda, se necessário.

 

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