Morreu neste domingo um dos caras que eu tinha a maior vontade de entrevistar. Infelizmente, não deu tempo. Não foi por falta de tentativa. Aos 8/4 anos, Cesare Maldini se foi. E eu queria muito saber a visão dele sobre a Tragédia de Sarriá. Eu desejava ouvir a opinião do cara que era o auxiliar de Enzo Bearzot naquele 5 de julho de 1982. Cesare Maldini andava a tiracolo com o comandate da Itália de Zoff; Cabrini, Collovati, Gentile e Scirea; Antognoni, Oriali, Tardelli e Conti; Graziani e Paolo Rossi, que derrotou por 3 x 2 o Brasil de Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior; Falcão, Toninho Cerezo, Sócrates e Zico; Éder e Serginho Chulapa, comandada por Telê Santana.
A Tragédia de Sarriá perdeu mais um arquivo. Entre os treinadores, Telê Santana e Enzo Bearzot não estão mais entre nós para contar história. Cesare Maldini, o pai de Paolo Maldini, a partir de agora, também não. Eu era garoto na Copa de 1982. Sofri tão pouco aquela eliminação que, enquanto o nosso país estava arrasado, eu peguei uma bola amarela que tinha e chutava gritando: “Paolo Rossi, Paolo Rossi”. Sofro mais relendo a história.
Eu admirava Cesare Maldini por vários motivos. Um deles, a importância para o Milan. Ele foi o capitão do primeiro dos sete títulos do Milan na Copa dos Campeões da Europa — atual Liga dos Campeões. Ergueu o troféu em Wembley depois da vitória por 2 x 1 sobre o Benfica. Cesare Maldini também conquistou o primeiro título italiano na primeira temporada com a camisa rossonera, em 1953/1954.
Aprendiz de Enzo Bearzot, de Azeglio Vicini e de outros mestres, Cesare Maldini fez história nas seleções de base da Itália por 10 anos, de 1986 a 1996. Buffon, Cannavaro e Totti, por exemplo, foram campeões europeus sub-21 com ele em 1996. Dez anos depois, levavam a Itália ao tetracampeonato na Copa do Mundo da Alemanha. Sob a batuta de Cesare Maldini, a Itália levou o título da categoria em 1992, 1994 e 1996.
Torci muito pelo sucesso de Cesare Maldini em duas Copas do Mundo. Na de 1998, queria que ele eliminasse a dona da casa, França, nas quartas de final. Na minha cabeça, a chance de o Brasil conquistar a Copa era o time de Zidane cair antes da final. Cesare Maldini deu azar na decisão por pênaltis. Di Biaggio desperdiçou a cobrança e a França avançou.
Quatro anos depois, eu torci para que o Paraguai, comandada por Cesare Maldini, desbancasse a Alemanha no mata-mata das oitavas de final. Não deu. Os germânico sofreram horrores, Chilavert pegou até pensamento, mas Oliver Neuville desbancou a esquadra liderada por Cesare Maldini — último europeu que comandou uma seleção sul-americana em uma Copa do Mundo.
Cesare Maldini também deixa como recordação uma goleada por 6 x 0 sobre a Internazionale. Era ele o técnico do Milan no massacre da temporada de 2000/2001. O consolo aos fãs do futebol — e de Cesare Maldini — é que ele deixa como legado um cara tão bom quanto ele, o filho Paolo Maldini. Quem sabe, um dia, ele consegue levar a Itália ao título que o pai tentou, mas não conseguiu em 1998 à frente da Itália, mas saboreou como auxiliar-técnico de Enzo Bearzot em 1982.
Bom descanso, Cesare Maldini!
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