Jorge Sampaoli pode até protagonizar o milagre do título do Atlético-MG nas últimas quatro rodadas do Campeonato Brasileiro
e tirar o clube da fila de quase meio século, mas a essa altura da temporada o trabalho do caro e badalado argentino é um fiasco.
O técnico do Galo assumiu o time com duas missões: ganhar o Campeonato Mineiro e liderar o time de ponta a ponta na Série A. O time já estava fora da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. Portanto, menos trabalho para o figurão. Fez o dever de casa ao conquistar o Estadual e teve semanas livres para treinar. Começou a caça ao título dando pinta de campeão com duas vitórias sobre o Flamengo, mas foi perdendo o gás.
Poucos técnicos no Brasil conseguem elaborar a lista de compras e receber exatamente o que pediram. Sampaoli teve esse privilégio. Recebeu da diretoria os insumos necessários para fabricar a vacina anti-Flamengo e entregar o que dele se espera — mais do que o vice-campeonato pelo Santos em 2019. Mirou no Flamengo e começou a se perder na derrota humilhante para o São Paulo, no Morumbi. Aquele vexame foi um marco.
A zona de rebaixamento ajuda a explicar o iminente fracasso do Galo. Sampaoli perdeu para três dos quatro times do Z-4. Desperdiçou três pontos contra o Goiás, outros três contra o Fortaleza e mais três diante do Botafogo. No fim das contas, 9 pontos que deixariam o time, hoje, com 69. Isso sem contar outros dois reveses contra times que brigam para evitar a queda: Vasco e Fortaleza.
A coleção de lambanças do Sampaoli é digna de demissão, mas, ao que parece, o argentino não é cobrado como deveria. Segue fazendo o que quer. O investimento feito pelo Atlético merecia muito mais do que Sampaoli entrega. O Galo não pode virar refém do técnico. E tem que mudar de rumo na virada da temporada se julgar necessário. Afinal, o centenário Atlético ainda é muito maior do que os caprichos de Sampaoli. Ou não?!
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