Rússia e Brasil se enfrentam nesta sexta, em Moscou, com pelo menos uma coincidência: a tolerância zero com seus treinadores. As duas seleções se enfrentaram pela última vez em 2013. Estamos falando de cinco anos atrás. Nesse período, cada uma das equipes nacionais empregou três técnicos diferentes. Luiz Felipe Scolari, Dunga e Tite, por exemplo, tiveram menos de um ciclo de Copa do Mundo para consolidar o trabalho.
Luiz Felipe Scolari era o técnico do Brasil em 25 de março de 2013, no Stamford Bridge, em Londres, no último amistoso contra a Rússia. Naquela época, ele teve um ano e meio para deixar a Seleção pronta para ser anfitriã do Mundial de 2014. Aos trancos e barrancos, terminou em quarto lugar com direito a um 10 x 1 na soma dos placares dos últimos dois jogos.
Depois de Felipão, Dunga assumiu a prancheta verde-amarela. Duas eliminações consecutivas na Copa América (2015 e 2016) e a péssima largada nas Eliminatórias para 2018 minaram o trabalho, e o capitão do tetra perdeu o emprego para Tite. O sucessor chegará ao Mundial com dois anos de trabalho e é a pressão para faturar o hexa.
A situação da Rússia é parecida. Fabio Capello era o técnico da Rússia em 2013, no último amistoso diante do Brasil. O italiano não passou da primeira fase na Copa de 2014. Resistiu até 2015 e perdeu o emprego para o russo Leonid Slutsky. No entanto, o treinador fracassou na Euro-2016. O adeus na fase de grupos levou a Rússia a trocá-lo por Stanislav Cherchesov. Assim como Tite, o atual comandante da Rússia teve dois anos para treinar a seleção anfitriã da próxima Copa.
A missão de levar o Brasil ao hexa quatro anos depois do maior vexame da história dos pentacampeões mundiais é de Tite.o colega dele, Stanislav Cherchesov, precisa levar a Rússia de volta às oitavas de final — o que não acontece desde a Copa de 1986, no México, quando ainda existia a potência União Soviética.
Os anfitriões das Copas de 2014 e de 2018 se enfrentam sob forte pressão. A Rússia precisa evitar mais um vexame dos donos da casa. A África do Sul rodou na fase de grupos em 2010. No século, foi a única anfitriã que não avançou sequer às oitavas. Japão e Coreia do Sul (2002), Alemanha (2006) e Brasil (2014) foram ao mata-mata.
Quanto ao Brasil, resta observar a atitute dos comandamos de Tite contra mais um adversário europeu. O primeiro testa terminou sem gols contra os reservas da Inglaterra. Novo tropeço pode abalar a confiança para o reencontro com a Alemanha.