The Strongest 1 x 1 Bahia: empate premia o planejamento de Rogério Ceni

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Uma das virtudes do técnico Rogério Ceni é o planejamento meticuloso dos jogos. Quem convive com ele destaca a preocupação com os mínimos detalhes. Foi assim, por exemplo, na vitória de virada por 2 x 1 contra o Internacional, no Maracanã, na “final” do Campeonato Brasileiro de 2020. O Flamengo ultrapassou o concorrente na penúltima rodada e marchou rumo ao bicampeonato. Nesta terça-feira, Ceni arrancou o empate com o The Strongest antes de ter pisado no gramado do Estádio Hernando Siles, a 3.600m de altitude, em La Paz.

Os goleiros do Bahia desembarcaram primeiro na capital boliviana. O técnico abriu mão deles no fim de semana. A intenção era antecipar a adaptação deles ao tempo de bola. Ideia de quem esteve sob as traves durante 25 anos na carreira e foi muitas vezes a La Paz.

Rogério Ceni também começou a arrancar o empate com o The Strongest ao pedir a contratação do centroavante Willian José e ser atendido pela SAF. Um dos problemas crônicos do time era a finalização. Criava-se muito na temporada passada, porém o acabamento dos lances destoava do esforço pela posse da bola e a intensidade.

Foi justamente de Willian José o gol oportunista no empate em La Paz. Ele cumpriu o papel para o qual foi contratado. Chegou em janeiro e já entregou três gols com a camisa do Bahia. O do empate com o The Strongest deixa o Bahia em ótima situação para lotar a Arena Fonte Nova na próxima semana e consolidar a passagem à terceira fase eliminatória.

Chamo a atenção para mais um detalhe no planejamento de Rogério Ceni: a maleabilidade tática e o poder de convencimento. O lateral-direito Gilberto foi o responsável por uma novidade contra o The Strongest. Em vez de usar somente o corredor, ele alinhou muitas vezes com Caio Alexandre no meio de campo, construindo e marcando por dentro, para tornar a equipe mais ofensiva e agressiva, ocupando o campo defensivo do adversário.

Quando assumiu o papel de volante ao lado de Caio Alexandre, Ademir, Everton Ribeiro, Erick Pulga e Jean Lucas se juntavam a Wiliam José e o Bahia passava a atacar com cinco jogadores em uma espécie de 3-2-5. Gabriel Xavier, Kanu e Mingo formavam a linha defensiva de três. Ademir e Jean Lucas cumpriam papel de alas. Foi possível sufocar a saída de bola dos donos da casa enquanto houve fôlego para exercer a pressão no ar rarefeito. Sim, a expulsão de Ursino aos seis minutos deixou o tricolor com 11 contra 10, porém o gol deSebastian Guerrero, aos 38, obrigou os visitantes a correr ainda mais em busca do empate.

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Marcos Paulo Lima

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