Textor usa Paiva como bode expiatório para encobrir erro de gestão no Botafogo

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Philadelphia — O elogio partiu do técnico Luis Enrique depois da derrota do Paris Saint-Germain para o Botafogo, por 1 x 0, na segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes da Fifa:

“Acredito que o Botafogo é o time que melhor se defendeu contra nós em toda a temporada, tanto na liga quanto na Champions. Foram eficientes e solidários, jogarma muito bem. Não nos esperaram em bloco baixo desde o princípio, tiveram a oportunidade de fazer transições e marcaram um gol em uma grande ação de Igor Jesus, que deu a eles muita moral”, afirmou o treinador espanhol depois daquela partida aqui nos Estados Unidos.

“Estamos acostumados a jogar contra blocos baixos, mas, desta vez, nos custou muito criar chances de gol. Não estivemos inspirados”, completou.

O mentor da derrota do atual campeão da Champions League é Renato Paiva. O prêmio dele foi ser demitido nesta madrugada pelo dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, o empresário estadunidense John Textor, depois da derrota por 1 x 0 para o Palmeiras, na Philadelphia, pelas oitavas de final.

Sim, Renato Paiva errou a mão no último sábado. Respeitou o Palmeiras como se do outro lado ainda estivesse o Paris Saint-Germain ou o Atlético de Madrid, ambos adversários na fase de grupos. Não!

Era um duelo doméstico. Acessível. Portanto, tinha jogo. Quando quis sair lá de trás, abandonar a postura covarde e agredir, era tarde demais. O Palmeiras fez o que melhor sabe: defender-se.

No planeta de John Textor, o Botafogo deveria ir além na Copa do Mundo de Clubes da Fifa e enfrentar o Chelsea. Pois então que tratasse o atual campeão do Brasileirão e da Libertadores com responsabilidade.

Textor sabia da saída de Artur Jorge depois da Copa Intercontinental. Em vez de tomar uma decisão rápida, lembrou o ex-presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ao empurrar a escolha com a barriga e promover um revezamento no cargo, inclusive com interinos.

O dirigente iniciou a temporada com Carlos Leiria. Em seguida, reconduziu Cláudio Caçapa ao cargo, novamente como tapa-buraco. Enquanto isso, ele quebrava a cara em busca de um treinador. Pagou mico no iminente acerto com Vasco Neto. Ganhou não de profissionais como Adenor Leonardo Bachi, o Tite. Roberto Mancini surgiu como balão de ensaio.

Renato Paiva topou o desafio e deu à torcida a maior alegria no ano depois de fracassos no Carioca, o oitavo lugar no Brasileirão, a campanha cambaleante na fase de grupos da Libertadores e na Copa do Brasil, com direito a derrota para o Capital, em Brasília.

O triunfo contra o PSG ficou marcado na história, porém Textor recusa-se a valorizá-lo ao demitir quem errou, sim, contra o Palmeiras, mas acertou no maior jogo do ano e consertou uma série de lambanças administrativas do dono da SAF nesta temporada.

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Marcos Paulo Lima

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