Mais do que a quantidade de títulos e o incontestável peso da camisa, uma coincidência une três dos quatro semifinalistas da Libertadores. Grêmio, Palmeiras e River Plate amargaram pelo menos um rebaixamento para a segunda divisão neste século, mas deram a volta por cima e passaram a empilhar troféus. Dos quatro candidatos à taça, o Boca Juniors jamais caiu.
Atual campeão da Libertadores, o Grêmio despencou para a Série B na lanterninha em 2004. Foi o pior time da primeira divisão. A volta por cima começou em 2005. Conquistou a segundona na épica Batalha dos Aflitos. Um ano depois, terminou a Série A em terceiro lugar. Em 2007, chegou à final continental e perdeu o título para o Boca Juniors.
De volta aos trilhos, o clube conquistou o Campeonato Gaúcho em 2006, 2007, 2010 e 2018, quebrou jejum na Copa do Brasil em 2016, faturou o tri na Libertadores no ano passado, foi vice do Mundial de Clubes contra o Real Madrid e levou a Recopa nesta temporada. Sob a batuta de Renato Gaúcho, o tricolor vive tempos dourados. Pode ser tetra da América e está na briga pelo Campeonato Brasileiro. O time não leva o troféu desde 1996.
Rebaixado em 2011 no Campeonato Argentino, o River Plate começou a guinada ao conquistar a Série B na temporada de 2011/2012. Era o início de uma série de títulos: Copa Argentina em 2016 e 2017; Supercopa Argentina (2017), Copa Sul-Americana (2014), Libertadores (2015), Recopa Sul-Americana (2015 e 2016) e Copa Suruga (2015). Só na gestão do técnico Marcelo Gallardo, ou seja, de 2014 em diante, são oito troféus. A Libertadores pode ser o nono.
O Palmeiras caiu duas vezes para a segunda divisão, em 2002 e em 2012. Nas duas quedas, retornou campeão da Série B. O alviverde ressurgiu imponente após a segunda queda. Colecionou menos títulos do que Grêmio e River Plate, porém, celebrou feitos relevantes no cenário nacional: a Copa do Brasil em 2015 e o Campeonato Brasileiro em 2016. Nesta temporada, o clube está vivo na caça aos títulos da Série A e da Libertadores.
Entre os semifinalistas, o Boca Juniors jamais caiu para a segunda divisão. Sem essa cicatriz, o carrasco do Cruzeiro nas quartas de final parte em busca do heptacampeonato na Libertadores. Se isso acontecer, o clube igualará o recorde do hepta Independiente, eliminado pelo arquirrival River Plate nas quartas de final.
Conquistar a Libertadores anos depois de um rebaixamento tem sido cada vez mais recorrente no continente. Em 2012, o Corinthians conquistou a taça quatro anos após conquistar a Série B do Brasileirão. Campeão em 2013, o Atlético-MG havia sido campeão da segundona em 2006.
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