GDF abre diálogo, escuta torcedores do Gama indignados com a parceria entre BRB e Flamengo e marca reunião na sede do banco; Brasiliense também é ouvido

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Um protesto organizado pela torcida do clube mais popular do Distrito Federal em frente à sede do Banco de Brasília — que fechou parceria com o Flamengo na última sexta-feira —, causou desconforto no Governo do Distrito Federal, no alto escalão do BRB, e foi revertido, ao menos por enquanto, em uma reunião marcada para esta quinta-feira, às 14h, na sede da instituição, no Setor Bancário Sul.

O blog apurou que a secretária de Esporte e Lazer do DF, Celina Leão, e o secretário de futebol da pasta, Paulo Victor, foram escalados pelo GDF na tarde desta quarta-feira para dialogar, no Bezerrão, com a torcida organizada Ira Jovem numa tentativa de controlar os ânimos e evitar desgastes à ação comercial bem-sucedida do GDF e da estatal, que pretendem nacionalizar a marca da empresa; e à popularidade do governador. Post da colega Ana Maria Campos no CB.Poder mostra que os números dele estão em alta.

Resultado: a reunião tensa desta quarta-feira deixou agendado um encontro às 14h desta quinta-feira, na sede do BRB, no Setor Bancário do Sul, entre o Gama, torcedores alviverdes e de outros clubes descontentes, com representantes do banco. Em princípio, o plano é acenar com a possibilidade de aumento do suporte financeiro aos times locais para o Candangão e a Série D do Campeonato Brasileiro. Gama e Brasiliense são os representantes da cidade na quarta divisão, a mais baixa do Campeonato Brasileiro. Ambos seriam os maiores beneficiados. Na noite desta quarta, Celina Leão e Paulo Victor também se reuniram com o Brasiliense para escutar as demandas da diretoria, como a retomada dos treinos e do futebol na cidade em meio à paredemia do novo coronavírus.

Dos 12 clubes da elite do futebol do Distrito Federal nesta temporada, cinco toparam acordo com o BRB: Capital, Taguatinga, Paranoá, Luziânia e Unaí, ex-Paracatu. Cada clube ganha R$ 6 mil por jogo. A contrapartida é usar a logomarca na camisa e colocar placas de publicidade à beira do campo. O atual campeão Gama, o vice Brasiliense, Real Brasília, Sobradinho, Formosa, Ceilândia e Ceilandense abriram mão da verba por considerá-la irrisória.

O contrato com o Flamengo renderá ao rubro-negro no mínimo R$ 35 milhões por ano. Cálculo interessante feito pelos colegas Danilo Queiroz e Michael Nunes no Distrito do Esporte com base nos R$ 512 mil  investidos pelo BRB no Candangão em 2019 mostra que a receita aplicada no time da Gávea bancaria 68 edições do Candangão. A questão é que os clubes candangão não dão a visibilidade necessária para que o banco entre com força no mercado digital, principal interesse da ação vinculada ao Flamengo.

A organização do protesto foi noticiada na terça-feira pelo Correio Braziliense em matéria do repórter João Romariz. Além da uniformizada, torcedores de outros times da cidade, inclusive de basquete, academias de luta, escolas de samba haviam combinado de reforçar os atos na porta do BRB. Torcedores demonstraram indignação com o governador Ibaneis Rocha ao saberem do acordo anunciado na última sexta-feira com o clube carioca.

“Como que ele (governador Ibaneis Rocha) manda R$ 35 milhões pra um clube carioca? Sendo que o Campeonato Candango está abandonado. Nosso campeonato é importante para quem ama o esporte do DF, para a cultura, para o lazer. Esse governador tem que aprender a respeitar o esporte candango e os clubes. A gente, em meio a esse caos, liga a televisão e vê o governador mandando R$ 35 milhões para o Rio de Janeiro. Isso é falta de respeito com a gente”, desabafou um membro da torcida organizada do Gama, em áudio.

O ato estava previsto para se repetir no domingo na porta do Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal. “A idéia surgiu pela insatisfação e indignação, tendo em vista as dificuldades financeiras que os clubes e o futebol local passa. Devido à pandemia, atletas estão com salários atrasados por falta de apoio ao esporte local. Enquanto o GDF faz lobby para destinar R$ 35 milhões para um clube carioca. Fora o repasse ao basquete do Flamengo ser muito superior aos times da capital. Universo e Cerrado receberam valores inferiores ao clube carioca, mesmo o primeiro disputando o NBB”, desabafou outro torcedor.

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Marcos Paulo Lima

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