A próxima quarta-feira pode ser decisiva para o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Se Carlo Ancelotti eliminar o Manchester City e classificar o Real Madrid para a finalíssima da Liga dos Campeões da Europa, o dirigente terá de esperar até 10 de junho para abrir de vez uma negociação com o técnico italiano a fim de que ele assuma (ou não) a Seleção Brasileira. Em caso de eliminação nas semifinais, o caminho pode se abrir desde que Florentino Pérez.
Enquanto isso, as duas torcidas mais orgulhosas do país fazem figa para que o ungido da CBF seja Carlo Ancelotti ou até mesmo Jorge Jesus. Palmeiras e Fluminense sabem que Abel Ferreira e Fernando Diniz estão entre os planos da entidade máxima do futebol brasileiro. Portanto, perdê-los na metade da temporada pode comprometer gravemente o planejamento.
A exibição do Palmeiras teve um padrão de excelência encantador na goleada por 4 x 1 contra o Grêmio. O time exalou, no Allianz Parque, a essência do futebol alviverde. Raphael Veiga reinou soberano no meio de campo, fez dois gols e foi auxiliado por um Artur cada vez mais enturmado com as ideias de Abel e os mecanismos do time. Dudu atormentou a defesa do Grêmio pela esquerda. Luan comprovou a força da bola parada e Mayke também aproveitou para balançar a rede em uma atuação de gala de um timaço que defende o título.
Uma das ameaças aos bicampeonato do Palmeiras em anos consecutivos é o Fluminense. Único brasileiro na lista dos candidatos à sucessão de Tite, Fernando Diniz também comanda um time redondinho, pronto para brigar por mais títulos: ganhou o Carioca contra o arquirrival Flamengo, está nas oitavas na Copa do Brasil e lidera na Libertadores. Jogam contra o bom momento a lesão de Alexsander e a expulsão de André. Os dois volantes titulares não enfrentarão o Cuiabá no sábado pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
As fases iluminadas de Palmeiras e Fluminense só podem ser paradas por um convite da CBF para que Abel Ferreira ou Fernando Diniz deixem o emprego atual para assumir a Seleção nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Os presidentes dos dois clubes se recusam a liberar os xodós, mas a entidade já permitiu que o técnico verde-amarelo tivesse dois empregos.
Foi em 1998. A CBF queria muito Vanderlei Luxemburgo. O Corinthians também. Recusava-se a liberá-lo. O então presidente Ricardo Teixeira aceitou que ele acumulasse as duas funções até o fim daquela temporada e depois se dedicasse exclusivamente ao Brasil. O professor levou o Timão ao título da Série A contra o Cruzeiro, se despediu da Fiel e abraçou a Seleção.
Ednaldo Rodrigues é daqueles dirigentes que dão uma piscada para o alvo, mas aguardam com paciência de Jó pelo fim de uma relação para aí, sim, começar a flertar com o sonho de consumo. Ele aguarda para ver se vai dar namoro com Ancelotti, mas mantém a paquera por Jesus, Diniz e Abel Ferreira. Enquanto isso, tricolores e palestrinos acendem velas por mais tropeços.
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