Em uma segunda rodada de negociações, a Comissão Nacional dos Clubes, órgão estatutário e independente da CBF representando clubes das quatro séries do futebol brasileiro, apresentou nesta segunda-feira uma nova proposta à Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) em meio à paralisação do futebol por causa da pandemia do novo coronavírus.
Os 46 times que participaram do encontro propões que os atletas tenham férias coletivas a partir de abril, 10 dias de férias entre e o fim deste ano e o início de 2021, e redução de 25% nos salários dos jogadores enquanto durar a crise. Se for aceita, a oferta fará com que o calendário do futebol brasileiro avance até 30 de dezembro. O resultado do impasse é fundamental para a reorganização da agenda do esporte mais popular do país diante da Covid-19.
Em entrevista ao colega Wellington Campos da rádio Tupi — empresa do Grupo Diários Associados no Rio de Janeiro —, o presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Alfredo Sampaio, avaliou a contraproposta. “Foi boa, principalmente comparada com a primeira. Houve um avanço muito grande. Só que nós temos que ouvir os atletas, não tem jeito. Há um argumento complicador sempre, que são os salários atrasados. Estamos conversando e dentro do prazo de 48 horas vamos nos manifestar e dizer a posição que os atletas decidiram”, afirmou.
“Foi boa, principalmente comparada com a primeira. Houve um avanço muito grande. Só que nós temos que ouvir os atletas, não tem jeito. Há um argumento complicador sempre, que são os salários atrasados. Estamos conversando e dentro do prazo de 48 horas vamos nos manifestar e dizer a posição que os atletas decidiram”
Alfredo Sampaio, presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Saferj), em entrevista à rádio Tupi (RJ)
A primeira proposta apresentada pela Comissão Nacional dos Clubes indicava concessão de 30 dias de férias aos atletas a contar desta segunda-feira (24), pagamento de 50% das férias agora e os outros 50% em dezembro, segurar o Campeonato Brasileiro até 23 de dezembro e redução do salário nesse período de 50%.
A nova proposta da Comissão Nacional dos Clubes
- Concessão de Férias Coletivas de 20 dias a todos os atletas, no período compreendido entre os dias 1 de abril e 20 de abril de 2020, com pagamento integral no quinto dia útil do mês subsequente ao gozo das férias e o 1/3 constitucional a ser pago no mês de dezembro de 2020, de modo que os blues — e somente eles — arcarão integralmente com a manutenção das atividades futebolísticas durante tal período;
- Garantia aos atletas do período de 10 dias restantes de férias no fim do ano de 2020 ou no início de 2021, adequadas ao calendário que se desenhará após o retorno da paralisação’;
- Redução da remuneração dos atletas em 25% durante o período de paralisação, como preceitua o artigo 503 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em casos extremos de força maior.
A opinião pessoal de Alfredo Sampaio não indica acordo. “Apesar de eu entender que a proposta foi bem melhor, boa, temos que levar em consideração todos os pontos levantados pelos atletas, principalmente esse em relação aos atrasos de salário: , ponderou.
Segundo Alfredo Sampaio, a Fenapaf, presidida por Felipe Augusto Leite, está centralizando o debate entre os clubes e os atletas no país. “Temos um grupo grande com vários jogadores e, em 48 horas, vamos dizer o que foi decidido. Esse impasse é ruim para todo mundo, para os clubes e os atletas também. Eles precisam saber o que vem pela frente”, afirmou o representantes dos jogadores do Rio.
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