A história de um dos clubes de futebol mais prejudicados pela guerra entre Rússia e Ucrânia está prestes a virar um filme baseado em fatos. Nomeados ao Oscar em 2011, os roteiristas Paulo Tamasy e Eric Johnson são os diretores do longa-metragem. O portfolio da dupla tem películas como The Fighter — Último round, Patriots Day — Unidos por Boston, Posto de Combate, Horas Decisivas, The Ministry of Ungentlemanly Warfare).
Além deles, participam da produção Christian Tureaud (The Perfect Game e The Hornet’s Nest), Ren Trella (Straight Lies), Stuart Pollack, David Salzberg e Andy Raymer. O projeto foi anunciado pelo Shakhtar Donetsk no Festival de Cinema Internacional de Toronto, no Vintage Conservatory.
Segundo time mais vitorioso do Campeonato Ucraniano com 16 títulos, um atrás do recordista Dínamo de Kiev, o Shakhtar Donetsk foi fundado em 1936. Em 2014, o clube deixou a moderna Donbass Arena para levar uma vida cigana longe da torcida. Os mandos de campo passaram a ser em Kharkiv, Kiev e Lviv. A Donbass Arena, em Donetsk, foi alvo mais de uma vez dos bombardeios do regime de Vladimir Putin. A última partida em casa 11 anos, em 2 de maio de 2014, contra o Illichivets, pela 28ª rodada da Premier League da Ucrânia, como é chamada a liga nacional.
A comercialização de ingressos depende da dimensão dos abrigos antiaéreos. Em competições internacionais como a Uefa Champions League, o Shakhtar Donetsk recebe os adversários na Polônia e na Alemanha. Como o espaço aéreo ucraniano está fechado, as viagens duram até dois dias nas competições organizadas pela Uefa.
O blog teve acesso a detalhes da produção e a declarações dos produtores sobre o filme. filme pretende focar na temporada de 2022. Aquele ano ficou marcado pela deserção dos jogadores estrangeiros durante a invasão e os ataques russos. A Fifa autorizou a rescisão contratual temporária diante do avanço das tropas inimigas na Ucrânia. Alguns jogadores brasileiros ficaram hospedadas em bunkers na capital, Kiev, à espera do resgate do governo brasileiro para o retorno ao país. A maioria deixou a nação em ônibus rumo a países vizinhos como a Polônia para, de lá, partirem de avião de volta ao solo verde-amarelo.
CEO do Shakhtar Donetsk, Sergei Palkin comemora a oportunidade de compartilhar com o mundo como o tradicional time ucraniano tem resistido à guerra. “O Shakhtar tem uma história única. Desde 2014, quando fomos obrigados a deixar a nossa casa, em Donetsk, a nossa caminhada tem sido marcada por desafios que nenhum clube de futebol deveria enfrentar”, lamenta. “Mas, ao longo desses anos, jogadores, treinadores e adeptos mostraram resiliência e um espírito inquebrável. Acredito que esse filme será não só uma grande obra cinematográfica, mas também uma homenagem a pessoas extraordinárias que continuam lutando pelos seus sonhos, pelo clube e pelo país”, emociona-se.
“É uma enorme honra poder contar esta história. Tem tudo o que mais gostamos num filme — emoção, inspiração, intensidade — e, acima de tudo, é um relato cativante da vitória do espírito humano e da força duradoura dos nossos valores mais preciosos: liberdade, compaixão e coragem. O Shakhtar — que significa mineiro em ucraniano, refletindo as profundas raízes do clube na sua terra mineira — tornou-se um símbolo de esperança para uma nação em tempos sombrios, a luz na escuridão, um lembrete daquilo que devemos ser. Nós somos Shakhtar”, comentam Paul Tamasy & Eric Johnson.
“Quando ouvimos pela primeira vez a história do Shakhtar, ficamos maravilhados e percebemos de imediato que merecia ser contada no cinema. Estamos entusiasmados por ter o Paul e o Eric escrevendo o roteiro — o seu percurso é lendário, cheio de histórias verídicas que unem esporte, guerra e eventos históricos. Quando descobrimos também a paixão deles pelo futebol, tivemos a certeza de que era o destino”, dizem Christian Tureaud e Ren Trella.
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