A quarta divisão do Campeonato Brasileiro é a única que passou imune à cota máxima para mudança de técnicos na temporada 2021. Enquanto os clubes das séries A, B e C poderão trocar no máximo dois treinadores na competição, a D seguirá a regra raiz, ou seja, os 68 times poderão demitir e/ou contratar quantos profissionais desejarem a qualquer tempo.
O blog apurou com um dirigente da CBF que a proposta não foi sequer apresentada aos clubes. Ao contrário das outras divisões, a quarta não tem Conselho Técnico. Portanto, os presidentes dos times não participam das principais decisões vinculadas ao torneio. Consequentemente, não há mudanças radicais para a nova temporada. As regras continuam as mesmas da edição 2020.
Apresentada pela CBF ao Conselho Técnico das principais divisões, a votação para limitação ou não da troca de treinador teve resultados diferentes. Na Série A, por exemplo, foi aprovada por 11 x 9, ou seja placar apertadíssimo. Na B, houve goleada favorável à medida: 18 x 2. Houve unanimidade na C. Todos os 20 candidatos ao título optaram pela inovação.
Brasiliense e Gama não teriam descumprido a regra se ela tivesse sido colocada em prática na temporada passada. O Jacaré teve exatamente dois treinadores na Série D. Começou sob a batuta de Edson Souza e terminou com Vilson Tadei. O Alviverde, que perdeu justamente Tadei para o arquirrival, concluiu a quarta divisão comandado pelo atual, Victor Santana.
Com a manutenção da regra antiga, a Série D será, sim, uma opção de emprego para treinadores que estourarem a cota de mudanças na terceira, segunda e primeira divisões do Brasileirão. Há desafios interessantes na última divisão. Resgatar a Portuguesa, por exemplo.
Não custa lembrar que o atual campeão do torneio tem passagem por clubes de ponta do país. Ex-técnico do Palmeiras na Libertadores, Eduardo Baptista apostou no projeto do Mirassol e levou o time do interior de São Paulo não somente ao título inédito da Série D, mas, principalmente, cumpriu a missão de alçar o clube à terceira divisão.
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