Seis pontos em dois jogos. Vitória por 1 x 0 no Estádio Jan Breydel, em Bruges, contra o alemão Bayer Leverkusen, e uma imponente goleada por 4 x 0 sobre o atual campeão português, Porto, no Estádio do Dragão. A liderança isolada do time belga no Grupo B não é aleatória. A diretoria tem olhos de lince para recrutar técnicos com o perfil do clube. O resultado é a procura por profissionais com cases de sucesso na passagem pelo vice-campeão europeu de 1977/1978.
Em menos de um ano, o Brugge perdeu dois treinadores para concorrentes ricos. O Monaco levou Philippe Clement. O belga de 48 anos havia levado o Brugge ao título nacional nas temporadas de 2019/2020 e de 2020/2021. O excelente trabalho chamou a atenção do time francês e Clement rapidamente arrumou as malas, em janeiro, rumo ao Principado.
A reposição foi bem sucedida. O Brugge fez proposta por Alfred Schreuder. Tinha referências sobre o auxiliar holandês de Ronald Koeman no Barcelona. O substituto topou a missão e levou o time a mais um título no Campeonato Belga. Assumiu atrás do Union Saint-Gilloise na classificação, mas protagonizou virada. Depois de avançar ao quadrangular final em segundo lugar na temporada regular, desbancou o Union na fase derradeira e conquistou o título.
Foi a senha para o Brugge perder mais um técnico. A transferência de Erik Ten Hag para o Ajax deixou uma cadeira vaga no clube holandês. O time de Amsterdã foi atrás de Alfred Schreuder no Brugge. O treinador estreou na Champions League com goleada por 4 x 0 contra o Rangers e vendeu caríssimo a derrota por 2 x 1 para o Liverpool na rodada desse meio de semana.
Sem Alfred Schreuder, o Brugge se viu novamente no mercado à caça de um técnico. Porém, o eleito estava em casa. Houve sensibilidade para promover Carl Hoefkens ao cargo. Nada mais justo do que premiar quem fez parte da comissão técnica durante três temporadas. O belga de 43 anos surpreende no início da competição com 100% de aproveitamento e supera perdas.
Na última janela de transferências, o Brugge vendeu a joia De Ketelaere para o Milan. O clube italiano pagou 32 milhões de euros pelo meia de 21 anos. Ele também tem se virado bem sem uma das estrelas da companhia — o jovem ala Noa Lang, 23, está lesionado.
Em uma Champions League dominada há anos pelos times mais ricos e badalados do mundo, exemplos como o do Brugge mostram que é possível fazer muito com tão pouco olhando para o mercado com a margem mínima de erro. Não é todo dia que se acerta, mas as últimas três escolhas de técnico mostraram que, de vez em quando, o raio cai três vezes no mesmo lugar. Qual será o próximo clube a contratar o treinador do time belga?
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