O Fluminense está de volta às semifinais da Libertadores depois de 15 anos dando munição a um importante debate: o etarismo no futebol. O time comandado por Fernando Diniz tem a maior média de idade entre os clubes remanescentes na caça ao título. A “cavalaria” escalada nas duas vitórias contra o Olimpia tem 31,5 anos. Adversário tricolor, o Internacional chega com 30,1. O Boca Juniors avançou com 29,7 e o Palmeiras é o mais jovem da turma na faixa de 28,7. Atual campeão continental, o Flamengo conquistou o tri com 29,4. O Manchester City conquistou a última Champions League com 28,4 contra 29,3 da vice-campeã, Internazionale.
Um dos méritos de Fernando Diniz e da comissão técnica tricolor é saber lidar com a idade das peças do time titular. Dos 11 escalados nas duas partidas contra o Olimpia, sete têm mais de 30 anos. Dois ultrapassaram a barreira dos 40. Isso é quase um atentado nos padrões do futebol europeu. Na banda de lá do Oceano Atlântico, os clubes contratam cada vez mais jogadores abaixo dos 18 anos. A fórmula da juventude é cada vez mais um mantra no Velho Continente. Pés de obra acima dos 20 anos sofrem para atrair times de ponta. Rei da América, o centroavante Pedro do Flamengo, por exemplo, não consegue retornar aos 26 anos depois de jogar a Copa.
Na contramão do mercado da bola, o Fluminense viu o goleiro Fábio, de 42 anos, se tornar um dos protagonistas da vitória por 3 x 1 contra o Olimpia no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção. Ele tinha 28 em 2009, quando era titular do Cruzeiro no vice contra o Estudiantes.
Reinventado como zagueiro pelo técnico Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras em 2020, Felipe Melo pode conquistar a Libertadores pela terceira vez aos 40 anos. Fernando Diniz não renuncia ao volante de origem ao lado de Nino, 26. A defesa também tem laterais trintões: Samuel Xavier (33) e Diego Barbosa (31). O titular é Marcelo, 35. Ele voltará ao Fluminense nas semifinais.
O meio de campo tem como maestro Paulo Henrique Ganso (33). Nas ponta-esquerda, o dono do pedaço é Keno (33). Artilheiro isolado da Libertadores com nove gols, o argentino Germán Cano é contemporâneo do lateral-esquerdo Marcelo. Ambos nasceram em 1988.
A fórmula do sucesso de Diniz inclui doses homeopáticas de juventude. O atacante John Kennedy tem o pique de um garoto de 21 anos. Basta ver a velocidade e a frieza na finalização do primeiro gol tricolor em Assunção. O volante André é um ano mais velho do que ele. Ambos formados na base do clube. O colombiano Arias está na flor da idade com 25. Todos provavelmente serviriam ao Athletico-PR na temporada passada. O Furacão tinha média de 26,2 anos na final de 2022 contra o Flamengo. Porém, faltou experiência. Fernando Diniz não abre mão da palavra mágica.
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