Se houvesse meritocracia, o técnico Dorival Júnior estaria em outro patamar

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Dorival Júnior segue em defesa do título conquistado em 2022. Foto: Rubens Chiri/SPFC

 

Dorival Júnior fazia excelente trabalho no Ceará antes de trocá-lo pelo Flamengo no ano passado. Brilhou no clube carioca ao conquistar a Copa do Brasil e a Libertadores. Assumiu o São Paulo e acaba de classificar um time desacreditado às semifinais do segundo torneio mais relevante do país. Venceu o Palmeiras duas vezes, uma no Morumbi e outra no Allianz Parque.

 

O técnico tricolor acumula 12 títulos estaduais, nacionais e continentais relevantes por Figueirense, Sport, Coritiba, Vasco, Santos, Internacional, Athletico-PR e Flamengo. No entanto, é um dos mais subvalorizados do país. Em contrapartida, é quem mais se aproxima do que fez e faz o técnico Carlos Ancelotti no Real Madrid. Sabe se adaptar facilmente a diferentes elencos.

 

Atual campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, não constava na lista dos cinco nomes cotados à sucessão de Tite na Seleção Brasileira depois da Copa do Mundo. Carlo Ancelotti, José Mourinho, Jorge Jesus, Abel Ferreira e Fernando Diniz eram os profissionais prediletos da CBF. Diniz será o interino até o italiano assumir a prancheta no meio da próxima temporada.

 

A lista dos bons trabalhos de Dorival Júnior pode se resumir à Copa do Brasil. Em 2010, levou o Santos de Neymar, Robinho, André e Paulo Henrique Ganso ao título nacional contra o Vitória. A gestão dos Meninos da Vila não era fácil. Ele deu conta. Meses antes, havia conduzido o alvinegro praiano à conquista do Campeonato Paulista. Já merecia respeito naquela época.

 

Na temporada passada, encarou o desafio de juntar os cacos de um Flamengo destruído pelo antecessor Paulo Sousa. Pacificou o vestiário e rapidamente devolveu a competitividade a um elenco com Gabriel Barbosa, Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Pedro… Deu liga. Os troféus chegaram contra o Corinthians na Copa do Brasil e o Athletico-PR na Libertadores.

 

De volta ao São Paulo para a segunda passagem pelo Morumbi, Dorival Júnior pega novamente o extintor e combate os focos de incêndio como um bombeiro. Tira o chip de Rogério Ceni, instala o dele e o time sai da letargia. Volta a ser competitivo. Passa a caminhar, transita entre os melhores do Campeonato Brasileiro, alterna bons e maus momentos e se acerta na Copa do Brasil com uma classificação nos pênaltis contra o Sport nas oitavas de final; e duas vitórias em clássicos contra o time mais forte e consistente do país nas quartas de final: o Palmeiras.

 

Se o nome disso não é trabalho, o que mais Dorival Júnior precisa fazer para mudar de patamar? Conquistar o Brasileirão dirão uns. Brindar o São Paulo com o título inédito da Copa do Brasil, responderão outros. Ele é bicampeão no mata-mata nacional. Independentemente do adversário, o treinador é candidato ao tri pessoal. O São Paulo pode ser beneficiado por tabela.

 

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