54005626538_e41146675e_c Menos vazado da Libertadores, o São Paulo resistiu ao ataque do Botafogo. Foto: Vitor Silva/Botafogo Menos vazado da Libertadores, o São Paulo resistiu ao ataque do Botafogo. Foto: Vitor Silva/Botafogo

São Paulo e a repetição de fórmula no plano de resistência ao Botafogo

Publicado em Esporte

Há um padrão de comportamento dos adversários do Botafogo nas visitas ao estádio Nilton Santos na tentativa de resistir taticamente ao melhor time do Brasil: Palmeiras, Flamengo, Corinthians e São Paulo usaram linha de três zagueiros (ou, se preferir, cinco defensores sem a bola), sofreram muito e saíram do popular Engenhão com resultados diferentes em compromissos pelo Campeonato Brasileiro ou pela Libertadores. Corinthians, Palmeiras e Flamengo perderam. O São Paulo teve mais sorte do que juízo e contou com uma certa crise de ansiedade alvinegra nos acabamentos para voltar “vivo” do Rio de Janeiro.

 

O São Paulo conseguiu empate heroico por 0 x 0 no duelo de ida das quartas de final do torneio continental configurado no sistema 3-4-2-1. Alan Franco, Arboleda e Sabino eram as três torres tricolores para os combates com os infernais Luiz Henrique, Savarino, Almada e Igor Jesus. À frente do trio de beques, Luis Zubeldía montou um cinturão de segurança alinhado com Rafinha, Bobadilla, Luiz Gustavo e Wellington. Lucas Moura e William Gomes baixavam para fechar espaços e o centroavante Calleri ficava isolado na frente.

 

Foi difícil resistir. O Botafogo fez um primeiro tempo impecável. Empilhava finalizações em um bombardeio contra a meta do goleiro Rafael. Homem de sorte, o goleiro viu a bola chocar-se duas vezes com a trave. Faltou pontaria ao time alvinegro em várias finalizações. O Glorioso parecia ansioso na tentativa de abrir o placar mais rapidamente possível e não conseguiu. Os 64% de posse de bola não se traduziram em um resultado positivo. Foram impressionantes 10 arremates alvinegros contra apenas um tricolor na etapa inicial. O duelo terminou com 22 finalizações a seis.

 

Zubeldía não renunciou aos três zagueiros em nenhum momento. Trocou Alan Franco por Ferraresi e manteve a proposta até o apito final. O Botafogo teve menos volume de jogo no segundo tempo quando Artur Jorge trocou Luiz Henrique por Tiquinho Soares. Apesar do equívoco do técnico, seguiu rondando a área. O São Paulo teve chance de vencer em dois lances. No primeiro, John defendeu chute fraco de Bobadilla. No segundo, o centroavante Calleri chutou por cima do gol o cruzamento de Michel Araújo. Estava só na pequena área.

 

A resistência do São Paulo tem a ver com a opção por três zagueiros, mas também com um dado a ser destacado: o tricampeão da Libertadores tem a defesa menos vazada desta Libertadores. Foi vazado apenas três vezes. Não sofre gol há cinco partidas consecutivas no torneio desde a vitória por 3 x 1 contra o Cobresal na fase de grupos.

 

O plano de jogo de Zubeldía repetiu o que fizeram três adversários do Botafogo dentro da casa alvinegra. Abel Ferreira montou o Palmeiras com três zagueiros (Vitor Reis, Gustavo Gómez e Murilo) no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores e perdeu por 2 x 1. Tite voltou para o segundo tempo com três zagueiros (Fabrício Bruno, Léo Ortiz e David Luiz) no clássico pelo Campeonato Brasileiro e foi goleado por 4 x 1. Coincidência ou não, Ramón Díaz incomodou o Glorioso no último sábado com três zagueiros (André Ramalho, Gustavo Henrique e Caetano) e vendeu caro a derrota por 2 x 1. O São Paulo aplicou a mesma estratégia nessa quarta-feira e arrancou um bom 0 x 0. Não pode ser mera coincidência.

 

 

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