Santista André Mendonça (D) e Jair Bolsonaro na Vila Belmiro no San-São de 2019. Foto: Twitter/André Mendonça André Mendonça (D) e Jair Bolsonaro na Vila Belmiro no San-São de 2019. Foto: Twitter/André Mendonça

Santista dentro ou fora do alçapão: a relação do novo ministro do STF, André Mendonça, com o futebol

Publicado em Esporte

Aprovado nesta quarta-feira por 47 votos a 32 na sabatina do Senado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado, ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União André Mendonça, 48 anos, torce pelo mesmo clube do agora colega de trabalho Gilmar Mendes. Sim, ambos são apaixonados pelo Santos Futebol Clube.  Certamente, dois homens gratos ao técnico Fabio Carille — um dos responsáveis pela reação do Peixe no Campeonato Brasileiro. Ameaçado de cair pela primeira vez para a segunda divisão quando o treinador assumiu, o Alvinegro Praiano continuará na elite em 2022 (confira o time do coração de todos os ministros no fim deste post).

A relação de André Mendonça com o time do Rei Pelé é forte. Assíduo aos estádios dentro ou fora do alçapão, André Mendonça era um dos 63.501 torcedores presentes no Mané Garrincha naquele jogo de despedida do ídolo Neymar do Santos no empate por 0 x 0 com o Flamengo pelo primeiro turno do Campeonato Brasileiro de 2013.

O carinho pelo clube tem a ver com as origens de André Mendonça. O ministro nasceu no litoral paulista em 1972, dois anos antes do adeus do maior ídolo do clube — o Rei Pelé. Mora em Brasília desde 2005, quando trocou Londrina pela capital, mas não abre mão de pegar a estrada de Santos nas férias, recessos ou partidas importantes do time do peito.

 

André Mendonça (à D de Bolsonaro) conhece a maquete da nova Vila Belmiro. Foto: Ivan Storti/Santos FC

 

“Quando eu nasci, em Santos, meu pai trabalhava e morava em São Vicente. Como ele trabalhava no Banespa, nos mudávamos de 4 em 4 anos, em média. Morei em Santos e em várias cidades. Aí na região, em Miracatu (Vale do Ribeira), onde grande parte da minha família mora hoje, e em Itanhaém, onde ainda vive a minha mãe. Então, passamos muitas férias em Miracatu, Itanhaém e Peruíbe, onde está a família da minha esposa”, contou André Mendonça em em entrevista ao colega Maurício Martins da Tribuna de Santos, em 7 janeiro do ano passado.

Na sequência, ele revela ao jornal a paixão pelo Santos. “Morei no interior de São Paulo por muito tempo. Depois de formado em direito (em Bauru), voltei a morar dois anos em Santos. Cheguei a advogar na cidade de 1995 a 1996 na área cível. Prestava serviços para imobiliárias. Eu era bem novo, tinha 21, 22 anos. Sou torcedor do Santos, então de vez em quando vou ver jogo na Vila Belmiro. Acompanho meu Santos diariamente pela internet”.

 

“Sou torcedor do Santos, então de vez em quando vou ver jogo na Vila Belmiro. Acompanho meu Santos diariamente pela internet”
André Luiz de Almeida Mendonça, ministro da Justiça, que mora em Brasília desde 2005

 

André Mendonça vai mesmo à Vila. Esteve com o presidente Jair Bolsonaro no alçapão em 16 de novembro de 2019. Assistiram lado a lado ao San-São nas tribunas de honra da arena. O clássico válido pelo Campeonato Brasileiro terminou empatado por 1 x 1, gols de Carlos Sánchez para os donos da casa, e de Daniel Alves para o tricolor paulista.

Antes da partida, o palmeirense Bolsonaro virou a casaca. Recebeu uma camisa 10 da diretoria do Santos, passou pelo meio da torcida ao som de “mito” vaias, e posicionou-se na tribuna ao lado de André Mendonça, que vestia a camisa alvinegra.

 

 

A paixão de André Mendonça pelo Santos vai além da cidade. Na infância, ele viu a primeira geração dos Meninos da Vila — referência à juventude do time — conquistar o Campeonato Paulista de 1979. Tinha sete anos. O Alvinegro Praiano levou o título com: Flávio; Nelsinho Batista, Antônio Carlos, Neto (Fernando) e Gilberto Sorriso; Zé Carlos, Toninho Vieira e Pita (Rubens Feijão); Nilton Batata, Juary e Claudinho. Era o primeiro título estadual pós-Pelé.

 

“Só conheci (Bolsonaro) no dia da indicação (a chefe da Advocacia-geral da União). Eu sabia, internamente, que meu nome poderia ser cogitado, O que houve de concreto é que meu currículo chegou na assessoria do presidente por meio de pessoas que trabalhavam comigo em Brasília. A assessoria dele quis me conhecer. Tive uma reunião num domingo, de pouco mais de três horas com assessores dele, que perguntaram sobre minha vida profissional na AGU”

André Luiz de Almeida Mendonça, em entrevista à Tribuna de Santos, em 1º de janeiro de 2019

 

O novo ministro da Justiça morava em Santos quando testemunhou a histórica campanha do vice-campeonato brasileiro de 1995 contra o Botafogo, no Pacaembu, mas superou o trauma ao comemorar o título da segunda geração dos Meninos da Vila no título de 2002 contra o Corinthians, de 2004 sob o comando de Vanderlei Luxemburgo na era dos pontos corridos, e da geração 3 liderada por Neymar no tricampeonato da Libertadores em 2011.

 

Confira os times do coração dos ministros do STF

  • André Mendonça – Santos
  • Gilmar Mendes – Santos
  • Ricardo Lewandowski – Palmeiras
  • Cármen Lucia – Nenhum
  • Dias Toffoli – Palmeiras
  • Luiz Fux – Fluminense
  • Rosa Weber – Internacional
  • Luís Roberto Barroso – Flamengo
  • Edson Fachin – Coritiba
  • Alexandre de Moraes – Corinthians
  • Nunes Marques – Flamengo

 

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