Pela sexta vez, em 10 anos, Santa Catarina promove um clube da segunda para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. De 2007 a 2016, o estado só não terminou a Série B com um clube no G-4 em 2007, 2009, 2011 e 2015. Parabéns ao Avaí, que deve assumir o lugar do arquirrival Figueirense, 18º na Série A e condenado ao rebaixamento na elite. Independentemente do rodízio dos clubes catarinenses na elite, não há dúvida quanto a evolução, seriedade na gestão dos times e o nível de competitividade do futebol de lá em relação, por exemplo, ao estagnado Distrito Federal. Para variar, a capital do país só terá representantes na quarta divisão em 2017.
Santa Catarina vive um momento mágico em um esporte que nunca foi seu forte. Deixou de ser apenas a terra de surfistas e do Guga para se tornar competitiva com a bola nos pés. A Chapecoense está nas semifinais da Copa Sul-Americana. Na partida de ida contra o San Lorenzo, arrancou empate por 1 x 1 na Argentina. O clube está assegurado, ao lado do Avaí, na Série A do ano que bem. O estado continua com dois representantes na elite, mas já foram quatro em 2015: Chapecoense, Figueirense, Avaí e Joinville disputaram a competição. Para se ter uma ideia, naquele ano, o Rio de Janeiro teve apenas Flamengo, Fluminense e Vasco.
O Interessante é que se você olha para o elenco do Avaí, nota uma coleção de jogadores renegados pelo país que se uniram em uma espécie de cooperativa para reerguer uma marca que quase foi rebaixada para a segunda divisão do Campeonato Catarinense no início do ano. Lembram do goleiro Renan, revelado pelo Botafogo? Aos 27 anos, foi o paredão da campanha do acesso. Disputou, até agora, as 37 partidas do clube na Série B.
Não há símbolo maior do sucesso do Avaí do que o meia Marquinhos. O meia e capitão de 35 anos rodou o Brasil tentando se firmar em times grandes, como Atlético-MG, Santos e Grêmio, mas não tem jeito: é a cara do Avaí.
E o zagueiro Betão, lembram dele? Sim, aquele revelado pelo Corinthians. Virou o xerife da defesa do Avaí. Marcado pelo rebaixamento do clube paulista para a segunda divisão em 2007, Betão deu uma espécie de volta por cima com camisa do clube catarinense, um dos poucos no país que resolveu apostar em sua contratação.
Impressionante também o trabalho de Claudinei Oliveira. É uma dos candidatos a se tornar técnico de ponta no país e a classificação para a Série A valoriza seu esforço. Começou a carreira no Santos, em 2013. Como conhecia Marquinhos dos tempos do Peixe, jamais deixou o meia fora do time. Claudinei Oliveira fez uma parceria incrível com Evando, um dos maiores ídolos do Avaí e auxiliar técnico do clube desde 2014.
Por falar no futebol catarinense, o drama do Vasco na última rodada tem a ver justamente com um clube de lá. Protagonista da maior conquista do estado em um torneio nacional — a Copa do Brasil de 1991 — o Criciúma venceu o time carioca por 1 x 0 no Heriberto Hülse e obriga o Gigante da Colina a vencer o Ceará, em São Januário. Do contrário, o Vasco terá de disputar a Série B pela quarta vez em sua história. Inimaginável no início do ano.
Competitivos
Da Série B para a A: os clubes catarinenses que subiram nos últimos 10 anos
2007: nenhum
2008: Avaí
2009: nenhum
2010: Figueirense
2011: nenhum
2012: Criciúma
2013: Chapecoense e Figueirense
2014: Joinville e Avaí
2015: nenhum
2016: Avaí