Flamengo novo Flamengo deu as costas para a crise antes da Data Fifa. Foto: Marcelo Cortes/Flamengo Flamengo deu as costas para a crise antes da Data Fifa. Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Sampaoli vence Botafogo com cilada que minou Flamengo de Dome em 2020

Publicado em Esporte

Há pouco mais de três anos, em 9 de agosto de 2020, o técnico argentino Jorge Sampaoli planejou o Atlético-MG no sistema de jogo 3-5-2 para enfrentar o Flamengo, no Maracanã, na abertura do Campeonato Brasileiro da pandemia. O time rubro-negro entrou em campo no 4-2-3-1 na estreia de Domenec Torrent à frente da formação carioca. Duelos parecidos até no lance dos gols contra de Filipe Luís e de Marlon Freitas após cruzamentos de laterais.

 

Há semelhanças entre a preparação do Galo para aquele jogo e o triunfo do Flamengo no estádio Nilton Santos na noite deste sábado pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. Guardadas as devidas proporções, Sampaoli praticamente fez um copiar+colar e salvou o modelo aplicado no Atlético como Flamengo para peitar o líder disparado da Série A.

 

Sabe quem estava no meio de campo daquele time? Allan, profundo conhecedor do modelo adotado pontualmente por Sampaoli. Gerson também soube cumprir a função por ter jogado algumas vezes no 3-5-2 com o treinador no Olympique de Marselha.

 

Quando venceu o Flamengo em 2020, Marquinho funcionou como uma espécie de Bruno Henrique. Foi o motorzinho escolhido para azucrinar a defesa rubro-negra. Ele chegava ao ataque apoiado por dois laterais espetados para agredir o adversários à época: Guga na direita e Guilherme Arana na esquerda. Wesley e Ayrton Lucas atuaram de forma parecida. Havia algumas diferenças. Marquinhos tinha a companhia de um falso nove na frente: o meia-atacante Savarino. Os três zagueiros eram os especialistas: Igor Rabello, Gabriel França e Júnior Alonso.  Jair entrou durante a partida na vaga de Gabriel Frannça. No 3-5-2 do Flamengo neste sábado contra o Botafogo, Bruno Henrique e o centroavante raiz Pedro eram os homens mais avançados. Pulgar alternava funções de beque e volante. Entrava e saía da linha de três.

 

O plano de jogo do Flamengo lembrou o daquele Atlético-MG até em um lance decisivo da vitória rubro-negra. O Galo chegou ao triunfo em 2020 num cruzamento de Arana da esquerda seguido de uma trapalhada do lateral-esquerdo Filipe Luís. Ele colocou a bola contra a rede do colega Diego Alves e o time alvinegro segurou o resultado até o fim.

 

Neste sábado, o primeiro gol do Flamengo é construído com o avanço do lateral-direito Wesley e um cruzamento para a área. Marlon Freitas se atrapalha e abre o placar.

 

Paralelos táticos à parte, a exibição de Bruno Henrique foi impressionante. O atacante recuperava-se de contusão até pouco tempo. Havia dúvida sobre o padrão de excelência dele depois da contusão. Carrasco alvinegro desde que chegou ao Flamengo, ele teve uma atuação digna de aplausos, principalmente depois do golaço da vitória no ângulo de Perri.

 

Tão surpreendente como a repaginação rubro-negra foi o desetempero do Botafogo no fim da partida. Sim, perder para o arquirrival é péssimo, mas são 11 pontos de vantagem na liderança disparada da Série A. Não havia motivo para Lucas Perri abandonar a trave em busca do gol de empate. Ele quase virou vilão no contra-ataque desperdiçado por Everton Cebolinha. E o atacante rubro-negro não foi castigado justamente por Perri por muito pouco. A noite maluca no Nilton Santos terminou com descontrole do presidente da SAF, John Textor, nas redes sociais, e pedido de demissão de Bruno Lage na sala de conferência.

 

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