Sob investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e do Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD-DF) por denúncias de manipulação de resultados na primeira fase do Candangão deste ano, o futebol da capital do país acaba de perder uma oportunidade de investimento para o Rio de Janeiro em consequência justamente dos arranhões na credibilidade.
Em tempos de escassez de recursos para patrocinar clubes de futebol, uma empresa do Distrito Federal escolheu associar sua marca e rico dinheirinho no Bangu, comandado pelo técnico Felipe Jorge Loureiro — o Felipe, ex-lateral-esquerdo do Vasco campeão da Libertadores em 1998 e da Seleção Brasileira — na Série D do Campeonato Brasileiro. Concorrentes do Bangu, Gama e Brasiliense são os representantes da cidade na quarta divisão. Nenhum dos dois times está envolvido no Candangate, mas a preferência da Every Cybersecurity and GRC Solutions é pela camisa do vice-campeão brasileiro de 1985. Entre outros motivos, devido ao escândalo que vem sendo apurado na capital.
Fundada em Brasília há sete anos (2014) e com atuação no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e Amazonas, a firma de TI é líder em Proteção de Dados Pessoais. Entrou no mercado de marketing do futebol na decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2019. Apoiou o Vasco, clube do coração do CEO da empresa, Eduardo Nery. No ano passado, firmou ações pontuais com o Gama na final do Candangão e o ABC-RN. Desta vez, a escolha é pelo tradicional time de Moça Bonita.
“Tenho raízes em Bangu e meu pai é torcedor do clube. Eu sou vascaíno, tendo sido membro do Conselho Deliberativo, e reconheço que o Bangu tem uma história muito importante para o futebol e a sociedade brasileira, especialmente por ser um clube voltado, inicialmente, aos operários da Fábrica de Tecidos Bangu. E foi com esta gloriosa camisa que Francisco Carregal, um tecelão, tornou-se o primeiro negro a jogar futebol no país”, justifica Eduardo Nery”. Ele lembra, ainda, que o Bangu foi o primeiro time do país a estampar patrocínio no uniforme, em 1948. Refere-se à Fábrica Bangu. Alguns operários inclusive defendiam o time.
“Somos uma empresa de segurança da informação, então sempre essas questões (de integridade dos clubes e Competicoes) vão afetar. Prezamos pela confiança e pelo fair play no que a gente investe. Não vamos nos envolver onde há qualquer risco. Somos uma empresa limpa e com credibilidade. Só vamos fazer parcerias com quem tiver um modelo transparente de gestão”, avisa, sem fechar as portas ao mercado local. “Estamos abertos a conversar e podemos fazer, sim, no Distrito Federal, que é a nossa casa”
Eduardo Nery, CEO da empresa Brasiliense Every Cybersecurity and GRC
Segundo o executivo, um ponto importante para o acordo é a ação de reconstrução do clube carioca. “Além de acreditar no projeto técnico do clube, estamos colocando em prática um projeto de aumento de receitas para ambas as partes, nosso objetivo é atrairmos empresas do Rio de Janeiro, principalmente da Zona Oeste, para um assunto extremamente importante e relevante que é a proteção de seus dados, fato que é reforçado pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, que entrou em vigor no ano passado, e prevê sanções para as empresas que não se adequarem de até R$ 50 milhões”, explica o empresário.
Eduardo Nery admite que as recentes denúncias de manipulação de resultados no futebol candango abalam a confiança dos investidores em times do Distrito Federal. “Somos uma empresa de segurança da informação, então sempre essas questões vão afetar. Prezamos pela confiança e pelo fair play no que a gente investe. Não vamos nos envolver onde há qualquer risco. Somos uma empresa limpa e com credibilidade. Só vamos fazer parcerias com quem tiver um modelo transparente de gestão”, avisa, sem fechar as portas ao mercado local. “Estamos abertos a conversar. Queremos expandir o que estamos fazendo no Bangu para o resto do país. Aqui tem o lado sentimental, que é a questão de a minha família ser aqui de Bangu; o do Felipe com o presidente Varela, de crescimento do Bangu; mas podemos fazer, sim, no Distrito Federal, que é a nossa casa”.
Em entrevista ao blog, o ex-lateral e agora técnico Felipe falou sobre o apoio. “Somos um time formado por jovens e queremos resgatar a marca do Bangu. Temos jogadores que precisam de minutagem, rodagem, sabemos que a Série D é difícil, mas com esse apoio teremos mais condições de conseguir uma das vagas”, avalia.
Para o presidente do Bangu, Jorge Varela, a parceria trará ganhos para a empresa e o clube. “O Bangu será, mais uma vez, pioneiro. Estamparemos na nossa camisa um assunto de suma importância para os brasileiros, a LGPD. Ao mesmo tempo, como formato é de parceria, temos tudo para potencializar ganhos, graças à exposição da marca”, afirmou.
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