Filipe Luís não queria ver as cobranças de pênalti. Compreensível. Decisões assim são um trauma na carreira do ex-lateral-esquerdo. O carma não pode continuar na carreira de técnico. Ele deu adeus à Copa do Brasil desse jeito contra o Alético-MG neste ano, na Arena MRV, pelas oitavas de final. O filme de terror arriscou se repetir no Ciudad de La Plata.
O ex-lateral ficou marcado pelo pênalti perdido contra o Racing nas oitavas de final da Libertadores de 2020. Errou a segunda cobrança rubro-negra contra o Palmeiras, no Mané Garrincha, no título da Supercopa do Brasil de 2021 contra o Palmeiras. Um ano depois, havia sido substituído por Léo Pereira na derrota nos pênaltis para o Atlético-MG na Supercopa do Brasil de 2022, na Arena Pantanal, em Cuiabá.
Na decisão contra o Corinthians na Copa do Brasil de 2022, lá estava Filipe Luís errando pênalti. Sofreu à beira do campo no revés do Atlético de Madrid diante do Real Madrid na final de 2016 da Champions League. Amargou o vice. Juanfran falhou no San Siro, em Milão.
Os fantasmas estavam ali na mente de Filipe Luís. O sentimento de azarado o incomodava. Nada como ter não somente um, mas vários anjos da guarda. O maior deles falhou durante o jogo. O lance começa e termina com Benedetti. Ele aciona Facundo Rodríguez, este inverte a bola da esquerda para a direita buscando Santiago Núñez e o garçom serve Benedetti com um belíssimo lançamento em diagonal seguido pelo chute cruzado letal.
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Jamais duvide da entrega de um time argentino. O Estudiantes foi alma e força física. O jogo do Flamengo não fluiu. A arbitragem, tão questionada no Maracanã, foi correta ao anular o provável gol da classificação do Estudiantes no tempo regulamentar. Benedetti estava impedido. O lance murchou uma torcida pulsante, protagonistas de uma linda festa.
Os outros anjos da guarda de Filipe Luís entraram em cena na decisão por pênaltis. Jorginho abriu a série com a qualidade de quem foi cobrador oficial da Itália na conquista da Eurocopa de 2020, disputada em 2021 devido à pandemia. Luiz Araújo não tremeu. Carrascal teve personalidade. Léo Pereira nem se fala.
Mas voltamos a falar de Rossi. O protagonista do erro no tempo regulamentar entrou na fábrica de heróis e vilões odiado e saiu amado pela torcida do mais querido. Disputou os pênaltis como se estivesse no velho lar, mas vestindo a casaca rubro-negra.
Teve direito a revanche com Benedetti e defendeu. Bateu de frente com Ascacíbar, que tanto o incomodou nas bolas cruzadas para a área, e o superou novamente. Acusado de falhar também no gol de domingo do Vasco, se redimiu com a “nação” na noite para esquecer.
Exceto Pedro, o time era o mesmo do concerto contra o Internacional no jogo de volta das oitavas de final. No entanto, parecia outro. Como mata-mata não se joga, se ganha, como disse Filipe Luís com outras palavras, há tempo para evoluir. O Racing é mais difícil.
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