Ronaldo Fenômeno articula candidatura à presidência da CBF em Brasília

Os movimentos de Ronaldo Nazário de Lima, o Ronaldo, são friamente calculados desde uma viagem recente ao Oriente Médio. O blog apurou que o Fenômeno sinalizou a xeques, potenciais investidores e amigos o desejo de vender o Valladolid. Questão de tempo para a concretização do negócio. Penúltimo colocado em LaLiga, a elite do Campeonato Espanhol, o time tem como sócio majoritário o jogador eleito três vezes melhor do mundo desde 2018. Ele entende que é hora de passar o clube adiante antes de focar nos próximos passos.

O craque tem sido a desafiado a assumir novos projetos. O maior deles, a possível candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol. Samuel Eto’o comanda a Federação de Camarões. Davor Suker gerencia a Federação Croata. Didier Drogba tentou assumir a entidade máxima da bola na Costa do Marfim. Ronaldo considera possível lançar candidatura e tem sido bem assessorado por quem conhece bastante o jogo político em Brasília e nos bastidores da CBF.

Pelo estatuto da CBF, Ronaldo precisa do apoio de quatro das 27 federações e de quatro dos 40 clubes das séries A ou B no ano vigente da eleição. Ronaldo deu pequenos passos em Brasília nesta semana na articulação política. Ele esteve na capital do país em encontros discretos.

O Fenômeno hospedou-se no B Hotel, no centro da capital. Coincidentemente, a mesma hospedagem das lendas do Borussia Dortmund. O time máster do clube alemão estava em Brasília para o duelo com os veteranos do Flamengo no evento batizado de Tributo ao Rei Pelé no Mané Garrincha.

Ronaldo não tinha nada a ver com o evento. Foi surpreendido com as tietagens no saguão. Posou para fotos com Ewerthon e Dedé e dirigentes do Borussia Dortmund e seguiu a agenda. Estava em Brasília para cuidar do projeto pessoal de ocupar a principal cadeira do futebol brasileiro mais à frente. O blog apurou que foi a primeira de muitas viagens ao Planalto Central.  Há outros voos reservados para visitas importantes aos três poderes.

O artigo 40 do Estatuto da CBF prevê Assembleia Geral, de natureza eleitoral, nos 12 meses anteriores ao término do mandato em exercício para eleger, em votação secreta, o presidente e os oito vice-presidentes da CBF e os membros da Conselho Fiscal. Atual presidente, Ednaldo Rodrigues foi eleito em março de 2022. Portanto, pode convocar o pleito no primeiro trimestre de 2025. Inclusive fez alterações recentemente na constituição da CBF sobre as reeleições.

Ednaldo Rodrigues teve apoio unânime das federações para mudar o estatuto, mas segue no poder graças a uma liminar concedida pelo STF há quase um ano. A suprema corte julgava o caso quando o ministro Flavio Dino pediu vistas. O julgamento dificilmente continuará neste ano. A tendência é de que só seja retomado depois do recesso, em fevereiro. Se não era prioridade, deixou de ser ainda mais diante da Operação da Polícia Federal sobre o plano para matar Lula.

Oportunista como nos tempos de centroavante fora de série, Ronaldo não jogou conversa fora antes do leilão promovido em São Paulo. Ele realmente cobiça a CBF e atua em um ponto fraco do possível concorrente. O relacionamento de Ednaldo Rodrigues com a Fifa e a Conmebol está deteriorado. A corda esticou demais e alguns elos se romperam. As cenas dos próximos capítulos estão minuciosamente planejadas. Fácil não é, mas Ronaldo sempre soube tirar gol da cartola. Nem que seja de bico da chuteira como contra a Turquia nas semifinais da Copa de 2002.

Ronaldo admitiu o desejo de se candidatar à presidência da CBF porque recebeu sinal verde de de gente graúda em Brasília e o plano engatinha rapidamente. “Há muitos anos já falo da minha ideia de ser presidente da CBF. Vamos aguardar o momento certo para fazer isso acontecer. Estou extremamente preparado e, obviamente, o futebol brasileiro precisa de mudanças. Mas isso não quer dizer absolutamente nada. A minha vontade não mudou”, afirmou no evento promovido em parceria com a companheira Celina Locks.

Com a experiência de quem sabe a hora de dar o bote, Ronaldo entra no jogo com paciência. “Não se pode passar a carroça na frente do burro. Tenho muitas ideias, mas não dá para se especular”, afirmou o jogador antes do leilão beneficente na capital paulista..

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