O duelo desta sexta entre Bélgica e Itália, no Allianz Arena, em Munique, pelas quartas de final da Eurocopa, é mais do que um jogo para dois personagens que estarão à beira do campo.
Xarás, os técnicos Roberto Martínez e Roberto Mancini decidiram o título da Copa da Inglaterra na temporada 2012/2013. O espanhol comandava o modesto Wigan. O italiano tocava o projeto do Manchester City, que já tinha como mecenas o City Group, ou seja, era turbinado pelo dinheiro dos xeques dos Emirados Árabes Unidos.
Era 11 de maio de 2013. Manchester City e Wigan estavam no endereço em que Bélgica e Itália pretendem chegar no próximo dia 11. Wembley abrigará a Eurocopa das semifinais em diante.
Há oito anos, Roberto Mancini era o favorito. Comandava um City badalado, com Zabaleta, David Silva, Yaya Touré, Agüero, Tévez, Dzeko e outras opções menos famosas no banco. Roberto Martínez liderava um Wigan humilde, mas bom, bonito e barato para o desafio.
Mancini chegava à decisão com três títulos pelo City, a Premier League (2012), a Copa da Inglaterra (2011) e a Supercopa da Inglaterra (2012). Martínez exibia no currículo a conquista da terceira divisão à frente do Swansea na temporada 2007/2008.
Naquela final da Copa da Inglaterra, Roberto Martínez mostrou ao planeta bola que não era apenas mais um treinador, mas sim um profissional pronto para ser cobiçado mais à frente por clubes como o Everton e logo em seguida pela seleção belga, onde trabalha desde 2016.
Um gol mudou o patamar de Martínez. O inglês Ben Watson entrou aos 36 minutos do segundo tempo em campo no lugar do espanhol Jordi Gómez. Quando a final parecia se encaminhar para a prorrogação, Watson balançou a rede aos 46 minutos da etapa final, ou seja, nos acréscimos, e decretou a conquista do “Davi” Wigan contra o “Golias” City.
O título catapultou Roberto Martínez ao comando do Everton e encerrou a passagem de Roberto Mancini pelo Manchester City. O italiano foi substituído pelo chileno Manuel Pellegrini. Oito anos depois, ambos estão novamente sob o holofote do futebol mundial. Mancini comanda uma Itália invicta há 31 jogos. Martínez, uma geração belga pressionada a ir além do vice-campeonato europeu de 1980. Apenas um deles seguirá no torneio.
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