Há quem menospreze o futebol do Leste Europeu, mas é bom ficar atento ao que anda acontecendo por aquelas bandas. Pela segunda vez em quatro anos, o Mundial Sub-20 pode ter um campeão do antigo bloco comunista. Em 2015, a Sérvia desbancou o Brasil do técnico Rogério Micale e do camisa 10 Gabriel Jesus na final. Nesta terça, a Ucrânia eliminou a Itália e dedidirá o título no sábado com a surpreedente Coreia do Sul — algoz do Equador. Último lenbrete: no ano passado, a Croácia decidiu a Copa do Mundo da Rússia com a França.
A trajetória da Ucrânia até a final é surpreendente. No ano passado, a ex-república soviética alcançou as semifinais da Eurocopa Sub-19. Deu adeus ao torneio nas semifinais ao perder por 5 x 0 para Portugal. Na fase de grupos, terminou em primeiro numa chave que tinha EUA, Catar e Nigéria. No mata-mata, passou por Panamá, Colômbia, Itália e Coreia do Sul.
Comandada por Oleksandr Petrakov, a Ucrânia chega pela primeira vez a uma final de torneio organizado pela Fifa. A melhor campanha havia sido na Copa de 2006, na Alemanha. A trupe de Schevchenko caiu nas quartas de final contra a campeã Itália. A seleção atua no sistema tático 3-4-2-1 ou 5-4-1, como queira. A proposta de jogo é simples: entregar a bola ao adversário e explorar os contra-ataques.
A Ucrânia tem vários personagens históricos. O excelente goleiro Lunin, que chegou a deixar o elenco para defender a seleção principal nas Eliminatórias para a Euro-2020 e o promissor atacante Danylo Sikan, vice-artilheiro do Mundial Sub-20 com quatro gols. Sem contar Vladyslav Supriaha —um dos melhores jogadores da Eurocopa Sub-19 ano passado — e Mykolenko, ausente no torneio devido a uma contusão.
A surpreendente final de sábado terá do outro lado a Coreia do Sul. Como se não bastasse ter chegado às semifinais em casa na Copa do Mundo 2002, o país asiático fez melhor do que os marmanjos e tem a chance de faturar o caneco.
A Coreia do Sul quebrou um tabu incrível. A Ásia não emplacava uma seleção na final do Mundial Sub-20 desde 1999, na Nigéria. Naquela edição, o Japão perdeu o título para a Espanha. Em 2013, o Iraque esteve pertinho da decisão, porém, caiu nas semifinais. Se conseguir a conquista inédita, a Coreia pode igualar a glória da Arábia Saudita, campeã do extinto Mundial Sub-16 de 1989 derrotando a Escócia nos pênaltis por 5 x 4.
Siga o blogueiro no Twitter: @mplimaDF
Siga o blogueiro no Instagram: @marcospaul0lima
Siga o blog no Facebook: https://www.facebook.com/dribledecorpo/