Botafogo A Estrela Solitária na liderança do Campeonato Brasileiro na terceira rodada. Foto: Vítor Silva/Botafogo A Estrela Solitária na liderança do Campeonato Brasileiro na terceira rodada. Foto: Vítor Silva/Botafogo

Resenha do MPLima: 10 pitacos sobre a #rodada 3 do Campeonato Brasileiro

Publicado em Esporte

Castrismo

Sim, estamos apenas na terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Sim, a liderança do Botafogo é uma surpresa. Sim, é provável que o Glorioso não tenha fôlego para concorrer ao título até 3 de dezembro, porém recomenda-se respeito ao técnico Luis Castro. O português tem título nacional no currículo. Levou o Shakhtar Donetsk à conquista do Campeonato Ucraniano na temporada de 2019/2020. À época, tinha uma legião de brasileiros no elenco: Ismailly, Vitão, Dodô, Taison, Marcos Antônio, Dentinho, Tetê, Alan Patrick, Maycon, Marquinhos Cipriano, Fernando e Wellington Nem. Portanto, respeito é bom e o “castrismo” gosta. A diferença é que, lá na Ucrânia, ele tinha o elenco mais caro nas mãos. No Brasil, gerencia uma SAF em evolução.

 

Favorito no pelotão

Botafogo, Fortaleza, Palmeiras e Internacional ocupam o G-4. Para mim, o atual campeão é o time mais confiável para brigar pelo título até 3 de dezembro, mas chamo atenção para um detalhe: a trupe de Abel Ferreira está sofrendo muitos gols. A defesa foi justamente o ponto mais forte na campanha do ano passado. Faltam ajustes no setor em que o time perdeu o volante Danilo para o Nottingham Forest. São seis jogos consecutivos sendo vazado. A última vez que isso não aconteceu foi na goleada por 4 x 0 contra o Água Santa na final do Paulistão.

 

Três é demais

Estamos na terceira rodada do Campeonato Brasileiro e temos três técnicos expulsos. Um por rodada! Abel Ferreira (Palmeiras), Mauricio Barbieri (Vasco) e Luis Castro (Botafogo) receberam vermelho por excesso de reclamação. A maior surpresa é o pacífico treinador alvinegro. Em 2022, Luis Castro questionava a intervenção de policiais no gramado do Mané Garrincha na vitória do Glorioso por 1 x 0 sobre o mesmo Flamengo, mas em Brasília. “Não somos selvagens”, esbrevejou naquele jogo. A deselegância diante de Edina Alves, no domingo, soou misoginia.

 

Por falar em expulsões…

Das 10 partidas da terceira rodada, seis tiveram pelo menos um cartão vermelho – incluindo jogadores de linha e técnicos. No total, houve sete expulsões. Poderiam ser oito se a árbitra Edina Alves punisse o volante Thiago Maia com rigor no clássico entre Flamengo e Botafogo. O VAR, inclusive, chamou Edina para analisar o lance à beira do campo. Na interpretação dela, o cabeça de área partiu rumo a uma dividida de bola, não para atingir o colega de profissão.

 

Mera coincidência?

O Flamengo tinha exatamente três pontos na terceira rodada do Campeonato Brasileiro de 2020. Naquela época, amargava a perda de Jorge Jesus para o Benfica e apostou em Domenec Torrent para tentar levar o time ao bicampeonato. O início da campanha naquela Série A foi semelhante ao de Jorge Sampaoli: duas derrotas e uma vitória em três jogos.  A pressão começou a crescer e Dome foi demitido. Rogério Ceni assumiu a companhia rubro-negra e a levou ao bicampeonato na reta final.

 

De Sousa a Campina Grande

Dois atacantes paraibanos roubaram a cena na terceira rodada. Natural de Campina Grande, Hulk recuperou a versão 2021, colocou a bola debaixo do braço, marcou duas vezes e decidiu a vitória por 2 x 0 contra o Athletico-PR. Conterrâneo dele, Tiquinho Soares nasceu em Sousa. O atacante também balançou a rede duas vezes no triunfo do Botafogo contra o Flamengo. Tem gente surpreso com ele. Provavelmente, essas pessoas não viram Tiquinho em ação pelo Porto.

 

¿Qué passa?

Luis Suarez foi artilheiro em três campeonato nacionais badalados da Europa: Holandês, Inglês e Espanhol. O que explica então o incrível jejum do centroavante uruguaio no Brasileirão? Lá se vão três rodadas e ele amarga uma abstinência desagradável para um jogador com o currículo dele. Somando todas as competições, o jogador acumula quatro partidas consecutivas sem visitar a rede nos duelos contra Cuiabá, Cruzeiro e Santos na Série A; e o ABC na Copa do Brasil.

 

Crise familiar

Os laterais Rafael (Botafogo) e Fábio (Grêmio) são irmãos gêmeos. Revelados pelo Fluminense, passaram pelas seleções de base e defenderam clubes grandes da Europa como o Manchester United. No fim de semana, ambos não se deram bem na rodada do Brasileirão. Rafael recebeu cartão vermelho no clássico contra o Flamengo. No Mato Grosso, Fábio iniciou a vitória por 2 x 1 sobre o Cuiabá como titular e deu lugar a Thomas Luciano, aos 13 minutos do segundo tempo. Não está fácil para a dupla.

 

Recaída

Tenho batido nessa tecla faz tempo: o Vasco precisa se mobilizar para duelos como o desta segunda-feira contra o Bahia da mesma maneira que se entrega para os clássicos do Rio de Janeiro, principalmente o Flamengo, ou duelos com Atlético-MG e Palmeiras. Se havia uma partida que o Vasco não poderia perder era essa contra o Bahia. O time de Mauricio Barbieri tem apenas a Série A para disputar e precisa entregar muito mais do que apresentou na derrota.

 

Prestígio?

Com a contratação de Vanderlei Luxemburgo pelo Corinthians, o Campeonato Brasileiro passa a ter dois técnicos campeões da Série A entre os 20 empregados na elite. É pouco. Temos Abel Ferreira, vencedor do torneio no ano passado pelo Palmeiras, e agora o professor, recordista com cinco troféus ao lado de Luis Alonso Peres, o Lula. Luxa retorna ao Brasileirão com os títulos pelo Palmeiras (1993 e 1994), Corinthians (1998), Cruzeiro (2003) e Santos (2004).

 

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