Estrela solitária
A performance de Tiquinho Soares no Brasileirão é simplesmente extraordinária. O centroavante acumula 9 gols em 11 partidas. Média de 0,81 por partida. O paraibano de Sousa virou certeza de gol e não canso de dizer: lembro cada vez mais o desempenho de Túlio Maravilha na campanha do último título do Glorioso, em 1995. Há 28 anos, a essa altura do campeonato, o então camisa 7 do time de General Severiano acumulava 10 gols em 11 rodadas. A torcida alvinegra precisa rezar para que Tiquinho Soares nunca lhes falte na sequência da temporada. Afinal, a caça ao título tem pela frente mais 27 rodadas.
Quando a vítima sou eu
Muitos dedos apontando para a CBF como única culpada pelo prejuízo do ex-invicto Palmeiras na derrota para o Bahia ao não contar com os convocados Weverton, Raphael Veiga, Rony e Piquerez. Os donos dos direitos de transmissão não são parceiros e, portanto, escolhem o jogo? A diretoria alviverde só descobriu na quarta-feira que entraria em campo um dia depois do amistoso da Seleção? Última lembrança: O Palmeiras que reclama, hoje, das baixas, se recusou a adiar duelo contra o Flamengo, em 2020, quando o elenco rubro-negro havia estava dizimado pela covid-19: 16 baixas causadas pela doença.
Bom, bonito e barato
Renato Gaúcho não ostenta um elenco de R$ 200 milhões, isso é óbvio, mas a essa altura do Campeonato Brasileiro, o técnico falastrão pode se orgulhar de estar um pontinho na frente do Flamengo na classificação. Tudo isso depois de um início de semana turbulento no Grêmio causado pela possibilidade de o centroavante Luis Suárez anunciar aposentadoria, em breve, devido às dores no joelho. O uruguaio não somente entrou em campo na Arena, em Porto Alegre, como deixou uma bola na rede antes da substituição por André. Detalhe: o tricolor gaúcho poderia, sim, ter vencido o Flamengo na rodada anterior.
De quatro em quatro
O Flamengo perdeu por 4 x 3 para o Palmeiras na Supercopa do Brasil. Tomou 4 x 1 do Fluminense no segundo jogo da final do Campeonato Carioca. Foi colocado na roda pelo Red Bull Bragantino na derrota por 4 x 0 no estádio Nabi Abi Chedid, no interior paulista. O elenco mais caro das Américas é simplesmente blasé. A indiferença com a possibilidade de alcançar a vice-liderança na rodada depois da derrota do Palmeiras — o que não acontece todo dia — é inaceitável. São distintas goleadas com diferentes técnicos. O time não tomava 4 x 0 desde aquela derrota para o Internacional por 4 x 0, em 2021, no Maracanã.
Atléticos traiçoeiros
Ex-aposentado, Luiz Felipe Scolari deixou o Athletico-PR e quase levou o Atlético-MG à vitória contra o Fluminense, em Volta Redonda (RJ). Sem comando desde a saída repentina de Felipão e a surpreendente demissão de Paulo Turra, o Athletico-PR perdeu para o São Paulo por 2 x 1, no Morumbi. E pensar que, até outro dia, esses times duelavam duas vezes pela fase de grupos da Libertadores com projetos aparentemente sólidos na temporada. O Galo aparentava ter se acertado com Eduardo Coudet e de repente estourou a bomba. Em Curitiba, havia aparente brisa nos relacionamentos até que um furacão devastou o trabalho.
Por falar no Galo…
O Atlético-MG é o maior colecionador de cartões neste Brasileirão. São 42 amarelos e um vermelho em 11 rodadas. Luiz Felipe Scolari conseguirá reduzir isso ou a tendência é testemunharmos um time mais intenso, faltoso, estressado? A menos que tenha se reinventado na breve aposentadoria de sete meses, a tendência é piorar. O Fluminense vem em segundo com 38 amarelos e três vermelhos. Lanterna, o Coritiba também atingiu a barreira dos 40 cartões a essa altura do campeonato. No caso específico do Coxa, é preocupante porque o time simplesmente não consegue vencer na competição.
E os SAFenados?
Quem vê a cara de felicidade dos torcedores do Botafogo com os investimentos do dono da Sociedade Anônima do Futebol alvinegra John Textor no líder disparado do Brasileirão não vê coração de quem está lá embaixo na classificação. O Cruzeiro ocupa o 12º lugar. O Bahia está em 14º. O Cuiabá vive por um triz: é o primeiro fora da zona de rebaixamento. O Vasco é vice-lanterna. Tem uma mísera vitória no campeonato, aquela contra o Atlético-MG, na primeira rodada. O Coritiba acaba de entrar de cabeça no planeta SAF. Perdeu em casa para o Internacional e persegue a primeira vitória nesta edição dos pontos corridos.
Pelé e Dinamite
O ano começou com duas imagens inesquecíveis nos gramados da Vila Belmiro e de São Januário. Os corpos dos maiores ídolos de Santos e Vasco foram velados ali, dentro do gramado onde ambos construíram a história de dois clubes gigantes do futebol brasileiro. As imagens viralizaram pelo mundo. Afinal, tratava-se de Pelé e de Roberto Dinamite. Alguns meses depois, os dois estádios são palcos de inaceitáveis vandalismos. O STJD impediu a presença de torcida por 30 dias na Vila depois dos episódios na derrota para o Corinthians. Se não houver dois pesos e duas medidas, o Vasco também será castigado.
Tira-bota-deixa-ficar
Estamos na 11ª rodada e os times da Série A continuam brincando de Escravos de Jó. Tiram, botam, deixam ficar treinadores em uma infinita dança das cadeiras. O dado é do colega Victor Parrini: lá se vão oito trocas de comando em 11 rodadas. Maurício Barbieri e Odair Hellmann acabam de ser despedidos por Vasco e Santos, respectivamente. O time paulista anuncia Paulo Turra, ex-Athletico-PR, como novo dono da prancheta do Alvinegro Praiano. Isso tudo acontecendo depois de 10 dias de intervalo para a Data Fifa. Os clubes choramingam na porta da CBF pedindo tempo para trabalhar e o que fazem? Pioram!
Brasileirão explica Seleção
O Campeonato Brasileiro tem neste momento três técnicos com passagem pela Seleção Brasileira: Luiz Felipe Scolari (Atlético-MG), Vanderlei Luxemburgo (Corinthians) e Mano Menezes (Internacional). Não são quatro, cinco ou seis porque Falcão ocupa função executiva no Santos, Dunga não recebe convite e Tite escolheu tirar um ano sabático depois da Copa do Mundo. No fim das contas, impressiona o estágio de degradação da escola brasileira. A experiência desses caras não serve sequer para consultas sobre o destino da seleção mais vitoriosa do mundo.. A CBF está decidida a esperar um ano para o italiano Carlo Ancelotti assumir o cargo. Enquanto isso, a entidade não tem sequer um nome minimamente confiável para interino.
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